Moradores do vilarejo de Mingsha descobrem a prosperidade através do turismo
Os moradores do vilarejo ecológico de Mingsha, no centro norte da China, em sua maioria imigrantes de outras regiões do país, descobriram o caminho do desenvolvimento pelo turismo.
Situada na vila de Yingshuiqiao, na Região Autônoma da Etnia Hui de Ningxia, a vila começou a receber seus novos moradores em outubro de 2012. Desde então, um total de 704 pessoas de 151 famílias deixaram suas casas no distrito de Haiyuan e começaram uma nova vida em Mingsha. O secretário da célula do Partido Comunista da China, Ma De, um dos moradores do vilarejo, relembra emocionado da vida que levava em Haiyuan.
“Depois de nos mudarmos para cá, passamos a desfrutar de uma melhor infraestrutura. A vida na nossa terra natal era muito difícil. O clima é seco. Sofremos com a seca durante nove de dez anos. O transporte era ruim, o que tornava extremamente difícil para as crianças frequentarem a escola. Muitos migraram para outros lugares por causa da seca, e alguns saíram para trabalhar fora, deixando os idosos e as crianças na vila. As escolas se situavam a mais de 10 km da vila. Era muito complicado arrumar um emprego e os hospitais estavam longe também.”
A situação melhorou bastante depois da mudança para a aldeia de Mingsha. As ruas estavam conectadas e o local possuía escolas e clínicas dentro da vila. Todos estavam muito felizes, mas logo descobriram um novo problema: o que iam fazer para viver?
Ma De percebeu que a aldeia de Mingsha fica a uma distância de apenas 2 km de uma área turística classificada com o nível máximo do turismo nacional, as chamadas áreas 5A. A partir daí, ele começou a elaborar ideias para aproveitar essa proximidade e desenvolver o turismo na vila Mingsha. Em 2014, com o apoio do governo local, ele colocou sua ideia em prática.
“Essas são as três pousadas de lazer construídas pelo governo que entraram na operação-teste em outubro de 2014. Queremos desenvolver a indústria turística com características locais, aproveitando a proximidade geográfica, mas no início só testamos como seriam os resultados. No primeiro ano, durante a semana dourada do Dia Nacional de 2014, ou seja, os sete dias de feriado em outubro, começamos o negócio dessas pousadas de lazer. Cerca de dez famílias da vila participaram e eu me lembro que aquele ano muitos turistas vieram se hospedar aqui. A comida e o alojamento foram relativamente bem solicitados. A renda bruta chegou a mais ou menos 10 mil yuans durante a semana dourada. Então, os moradores desfrutaram da renda e perceberam que era bom desenvolver o turismo.”
Depois disso, os moradores se encheram de esperança. O comitê da aldeia assinou contrato de cooperação com a empresa turística Muxiangyunwei, de Ningxia. Segundo o acordo, suas casas seriam alugadas à empresa e transformadas em quartos de estilo padronizado. Os quartos contam com toda a mobília e eletrodomésticos. A renda de cada quarto é de 3.500 yuans por ano. Agora, os quartos são administrados pela empresa e serão devolvidos aos moradores após cinco anos.
Ma Xiaolan, camponesa de Mingsha, trabalha na empresa e é responsável pela limpeza dos quartos. Ela disse que, em comparação com o trabalho no campo, o atual salário é muito mais alto, e o trabalho bem mais sossegado.
“O sol é muito forte lá fora, mas o trabalho aqui não é cansativo nem bate muito sol. O salário é bom. Eu me sinto bem e tenho confiança no desenvolvimento da empresa. É melhor que trabalhar fora. Porque tenho outras despesas para trabalhar fora, mas aqui posso poupar tudo o que eu ganho. É muito conveniente.”
A conveniência mencionada por Ma Xiaolan também é uma atração para muitos jovens que estão trabalhando fora. Se o salário não for menor, com a vantagem de poder ficar mais perto de casa, por que não? Kou Wendi permaneceu trabalhando na província de Guangdong após se graduar na universidade. Agora, percebendo o bom desenvolvimento da aldeia, ele decidiu voltar para a terra natal e trabalhar na empresa turística. É muito raro um estudante universitário escolher voltar para o vilarejo. O seu regresso deixou os aldeões ainda mais confiantes no setor turístico local. Kou Wendi tem agora uma meta mais clara sobre seu futuro.
“O local tem promovido o turismo por um longo tempo. E por ficar perto da área turística de Shapotou, acho muito boas as perspectivas do turismo local. Dizemos que aqueles que vivem na montanha vivem da montanha, aqueles que vivem perto da água vivem da água. Aqui está perto da área turística, por isso, esperamos prosperar através de turismo. Nesses dois anos, apoiamos a empresa com todo o afinco. Afinal, ela investiu em um projeto na aldeia. Se a empresa vai bem, levará junto os moradores para o caminho de uma vida próspera. Na próxima etapa, vamos construir uma rua comercial nessa área. Quando for construída, eu mesmo vou abrir uma loja lá. Agora estou trabalhando aqui, e faço também outras coisas para conseguir ganhar mais.”
No restaurante do Holiday Hotel Muxiangyunwei, um cantor está se apresentando. Ele se chama Luo Fajun, e é um cantor cego. Ele gosta de cantar desde sua infância. Agora, ele é um representante de um projeto do patrimônio cultural imaterial de Ningxia. O projeto “Flor Selvagem da Etnia Hui” é um tipo de música de improviso. Luo Fajun sempre interpreta aos turistas essas músicas de características locais, expressando sua alegria de poder se dedicar ao desenvolvimento da terra natal.