Hora da Poesia: Língua Portuguesa
Em relação à aprendizagem da língua portuguesa, Yuan Lingjia, uma estudante da Universidade de Comunicação escreveu: “a língua é um enorme iceberg flutuando no mar do tempo. Ninguém pode saber todos os segredos dela. Porém, são os falantes de todas das gerações que modelam a língua portuguesa e, eu, uma estudante, sinto orgulhosa de fazer parte desse processo.”
Língua Portuguesa
por Olavo Bilac
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela
Amo-se assim, desconhecida e obscura
Tuba de algo clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”,
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!