Instrumento Duxianqin da etnia Jing
Instrumento Duxianqin da etnia Jing
No pleno verão de julho, as três ilhotas situadas em Dongxing, na província de Guangxi parecem tranquilas e calmas sob os fortes raios de sol. É onde habita a nacionalidade Jiang, uma das etnias mais antigas da China e a única intimamente relacionada à pescaria.
O vovô Su Chunfa tem 62 anos. No primeiro andar de sua casa se alinham uns dez Duxianqin, um instrumento tradicional da etnia, que possui uma única corda. Aqui, é a sala de aula da terceira idade. Ao falar da celebração da Festa Ha, que acabou de ser realizada, Su Chunfa não controlou a sua emoção.
“As atividades foram bem-sucedidas este ano. Na cerimônia de abertura, mas de cem instrumentos de corda única formaram uma grande orquestra na praia. Foi realmente uma cena grandiosa.”
A Festa Ha é conhecida também como festa do canto. No idioma local, Ha significa cantar. Durante a festa, as pessoas cantam e dançam dias e noites, sendo uma das celebrações mais importantes da etnia Jing. No Vietnã, que se separa das três ilhas da etnia Jing por apenas um rio, há também a tradição de celebrar a festa. Su Chunfa disse que eles mantém intercâmbios culturais muito próximos com os vietnamitas.
“Em cada Festa Ha convidamos as pessoas do Vietnã para apresentar espetáculos, e nós também vamos lá durante a festa Ha do Vietnã. Em 2013, criamos as relações de vilas-irmãs com uma aldeia vietnamita, e de lá mantemos intercâmbios todos os anos.”
A nacionalidade Jing possui dois patrimônios culturais imateriais da China - a Festa Ha e o Duxianqin, o instrumento de corda única. Su Chunfa disse que o instrumento surge com o nascimento da etnia. Ele começou a ter contato com o instrumento aos cinco anos, e quando tinha onze, Su Chunfa seguiu a aprendizagem com o mestre Ruan Yihe. Agora, na velhice, é o herdeiro da sétima geração do instrumento. Na década de 1990, os grandes mestres do instrumento faleceram, colocando a técnica de interpretação em risco de extinção. Su Chunfa, que então se ocupava com negócios fronteiriços, decidiu abandonar o trabalho e se lançou na recuperação do instrumento de única corda.
Ao longo de mais de uma década, Su Chunfa destinou a cada ano mais de 10 mil yuans, equivalente a 6.700 dólares, para compra e reparação do instrumento. Ele nunca pensou em desistir.
“O meu professor disse que o Duxianqiné o tesouro da nossa etnia. Agora, devemos transportá-lo de geração em geração.”
Além de ensinar gratuitamente como tocar o instrumento, Su Chunfa também organizou um grupo artístico para fazer turnê em todo o país. Alguns espetáculos interpretados pelo grupo foram listados no banco digital do Ministério da Cultura da China.
“Quando comecei a recrutar estudantes, meu professor já estava velho e eu trabalhava sozinho. Trouxe o instrumento de única corda para Festa Ha e lá fiz apresentações. Alguns acharam o Duxianqin bonito, e me perguntaram como aprender. Desde então, há cada vez mais pessoas me convidando para ensinar suas crianças a tocar o instrumento.”
Ao falar dos seus estudantes, Su Chunfa se enche de orgulho. Ele disse que alguns chegaram a participar dos concursos da CCTV, a televisão central da China. Os familiares também prestaram seu apoio à causa de Su Chunfa. Por fim, vamos apreciar a música folclórica da etnia Jing, Plantar a flor de lótus, interprestada por Su Chunfa e suas duas netas, que aprenderam o instrumento com o avô desde pequenas.