Renata Thiébaut mapeia plataformas do e-commerce chinês para marcas brasileiras
As compras online da China atingiram US$2,3 trilhões em 2021, o dobro do mercado norte-americano, enquanto os modelos inovadores de e-commerce estão saindo do país asiático e obtendo sucesso no mundo. Para Renata Thiébaut, pesquisadora brasileira da Universidade de Harvard e COO da consultoria Green Proposition, o comércio eletrônico se torna uma arena importante para as empresas brasileiras ampliarem negócios no seu primeiro maior destino de exportações.
Por meio de um estudo elaborado em parceria com o Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) e com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Renata Thiébaut detalhou as oportunidades e desafios no comércio eletrônico na China. Ela revela que vários produtos típicos do Brasil, como café, açaí, castanhas e nozes, são vendidos por outros players nas vitrinas virtuais da China. Portanto, a autora destacou grande potencial a ser explorado, mas apontou a importância da elaboração de estratégias para entrar no mercado. Sugeriu ainda a possibilidade de montar loja coletiva para fortalecer a marca do Brasil como um todo, “como Peru, Letônia e outros países já fizeram.”
Com 16 anos de atuação no mercado chinês, Renata Thiébaut traz um mapeamento das plataformas do comércio eletrônico da China e seus modelos de varejo cada dia mais diversificados. Além de Tmall, JD e Suning, mais voltadas a marca de grande porte, ela recomenda Taobao e Pinduoduo, para as pequenas empresas economizarem no custo de operação. Ela indica também a dinâmica de social commerce, como os aplicativos de Wechat, Tiktok, LittleRedbook (focada na área de beleza de saúde) e Kwai (popular nas cidades menores) para abrir lojinhas. “As empresas de internet da China constroem um ecossistema aos consumidores e eles querem estar aí compartilhando experiências de compra e comprando mais”, analisou.
Falando da expectativa sobre a economia chinesa, Renata Thiébautcitou a dinâmica do Live Streaming para mostrar sua confiança. Dedicada ao treinamento e capacitação de venda online, a pesquisadora observou que o mercado gera imensos empregos e as indústrias concernentes continuam expandindo. Como “o país ainda está na curva de crescimento”, as empresas brasileiras devem aproveitar as relações saudáveis com a China para fomentar exportações dos produtos de valor agregado.