Larissa Santos presencia a exploração espacial da China junto com o Brasil
Cientista em cosmologia e professora universitária na China, uma trajetória acadêmica muito diferente da Larissa Santos. A jovem brasileira é licenciada em física pela Universidade de Brasília e possui dois doutorados, um pela Universidade de Roma e outro pela Universidade de Ciência e Tecnologia da China. Agora, dá aula para estudantes chineses na Universidade de Yangzhou, coordenando ainda uma equipe chinesa para participar do projeto brasileiro, o rádiotelescópio Bingo, que visa desvendar a origem do Universo.
Liderado pela Universidade de São Paulo e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil, o Bingo está instalado no Sertão da Paraíba e consiste em dois espelhos gigantes para capturar a radiação de 21 centímetros de hidrogênio neutro. O trabalho da Larissa e seus colegas chineses é separar os sinais cosmológicos dos outros sinais fortes da Galáxia.
Ao longo dos milênios, os seres humanos sempre olharam para o céu e pensaram em mitos para explicar o mistério dos corpos celestes. Para Larissa Santos, o encanto pela cosmologia vem mesmo desse contemplar e da curiosidade pelo desconhecido. Na China, ela participa de vários experimentos que tentam entender e aprender mais sobre o amplo Universo, inclusive do novo projeto que está sendo construído no Tibet, testemunhando assim os esforços chineses na busca para uma ciência de ponta.
“Os progressos são mais expressivos nas missões espaciais enviadas pela China”, comentou Larissa, citando especificamente as sondas para Marte e para a Lua, bem como o envio de três taikonautas para a própria estação espacial Tiangong. Obeservou que o programa espacial da China foi desenvolvido com alto avanço tecnológico em um período muito curto, o que mais lhe impressionou.
Na visão de Larissa Santos, a ciência não deveria ter fronteiras. A experiência dela mesma é uma boa referência de colaboração entre cientistas, que, apesar de nacionalidades diferentes, trabalham juntos em prol do avanço de toda a humanidade. Já o que falta é mais força feminina nas pesquisas científicas. “As meninas possuem toda a competência e capacidade para seguir a carreira científica”, encorajou Larissa, e convidou as alunas interessadas na área a se juntarem na grande equipe de exploração do Universo.