Winston Ling deseja que Miss Brasil possa ajudar no relacionamento com a China
Economista, investidor anjo e filho de chineses, Winston Ling ganhou visibilidade na imprensa brasileira por apresentar Paulo Guedes a Jair Bolsonaro e ter sido um dos maiores apoiadores do presidente no meio empresarial.
Desta vez, ele voltou a chamar a atenção como o novo franqueado do concurso Miss Brasil e dono do plataforma SoulTV. A coroação de Júlia Gama deu boa repercussão. No momento em que Winston Ling não se sente confortável com o atual relacionamento do governo brasileiro com a China, ele espera que a nova miss, que conhece e gosta do país oriental, possa ajudar nas relações.
Os negócios da Família Ling e o liberalismo são outros rótulos para definir Winston. Seu lado idealista e também pragmático levou ele a sair de Porto Alegre e passar por Chicago, Shanghai e Hong Kong, nos últimos 40 anos. Com uma visão globalizada, ele quer “brincar um pouquinho com cada coisa” e aposta em startups de tecnologia para ampliar a própria carreira.
A seguir, trechos da entrevista:
Projeto de Paulo Guedes – Considera que o ministro da Economia está puxando para o lado correto, mas sofre resistência. Como em todos os lugares, os governos tendem a ficar grandes demais e assim se tornar pesados, observa que uma burocracia acaba tomando conta do poder. Cita a ideia do Milton Friedman sobre o triângulo de ferro, que são os burocratas, os políticos e os empresários, para explicar o dilema de Guedes, que não consegue ter rapidez e eficiência necessária para implementação das políticas liberais. Winston Ling adverte que, se o ministro sair do governo, o Brasil pode virar uma Argentina.
Bolsonaro com China – Diz que “não está muito confortável com o relacionamento como tem sido feito”. Enfatiza que o Brasil e a China são grandes parceiros comerciais e não dá para assim ficar brigando. Desejaria que essas relações fossem melhoradas e espera que a Miss Brasil, Júlia Gama, que já mora na China possa ajudar muito na relação para o futuro.
Racismo na Internet – Percebe que o problema do racismo já foi pior no Brasil e atribui à falta de informação. Mesmo que a internet teoricamente deva aproximar as pessoas, elas continuam sendo mal-informadas. Quanto aos boatos sobre a China, Winston destaca que o país é um filme, mas algumas pessoas têm apenas fotografias das décadas 40 ou 70 para opinar. “Quando a gente consegue entender, fica com menos preconceito,” comenta ele, que pede que cada indivíduo lute para enxergar a realidade.
Ideias liberais – É que cada um resolve seus próprios problemas, explicando que só cada um de nós conhecemos os nossos problemas e queremos ter liberdade de poder resolver. No caso do Brasil, Winston acha que o governo controla demais e fica uma situação que todo mundo depende do governo. Para ele, o modelo deve ser uma república onde as leis funcionam bem e defendem os direitos individuais.
Inovação e tecnologia – Com base na própria experiência, observa que o ambiente de negócios na China é muito competitivo e faz as empresas ficarem mais fortes. A privatização das empresas de baixa eficiência proporciona o crescimento veloz da China, enquanto isso incomodou o resto do mundo. Sublinha ainda o modelo chinês de inovação, se a inovação não dá certo, ela desaparece e, caso se desenvolva com sucesso, o governo entra para regular.
Família Ling – A família possui um sistema de governança. Winston Ling foi lentamente desligado dos negócios familiares, mas prepara a geração dos filhos. O bom cenário é que todos os membros estão unidos e conduzem os negócios com uma série de regras de administração.