Wedencley Alves: o mundo pode tirar uma lição dessa crise sanitária
“É o momento para repensar de que maneira podemos aprimorar o sistema de saúde e encarar uma crise sanitária global,” meditou Wedencley Alves, professor-associado da Universidade Federal de Juiz de Fora, que também segue em quarentena na cidade com apenas 490 mil habitantes onde, porém, foram registrados 27 casos confirmados do novo coronavírus (COVID-19) até segunda-feira (30).
Com pesquisa focada na comunicação e saúde, Wedencley Alves percebeu que apesar da letalidade baixa, o COVID-19 demonstra uma taxa de contágio muito alta, e por isso, o isolamento social é a melhor solução nesta hora. Ele apontou o processo de globalização tão presente e intenso, o que faz com que o surto se globalize rapidamente e que seja difícil mantê-lo em apenas uma região.
Já segundo estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma doença de grande escala pode acontecer a cada 10 anos. Isso quer dizer que o mundo enfrentará mais epidemias ou pandemias no futuro, alertou Wedencley Alves. Sublinhou que “Culpar os outros não faz sentido algum. O que temos de fazer é tirar uma lição de tudo isso”.
Wedencley Alves avaliou que tanto a Europa quanto os Estados Unidos subestimaram a força de propagação do COVID-19, porque achavam que estavam muito distantes e se sentiram confiantes em suas próprias habilidades para enfrentá-lo. Ele observou que a China agiu de forma eficaz em sua resposta à epidemia e que por isso em dois meses resolveu o surto. “Os norte-americanos levaram dois meses para decidir pelo isolamento” referiu ele. Lembrou ainda que anteriormente alguns países ocidentais criticaram a China por implementar medidas rigorosas.
Wedencley Alves reafirmou que uma ação governamental não pode ser reativa. Espera que o mundo leve mais a sério a questão da saúde pública, com mais investimento e integração no sistema de saúde pare que uma crise sanitária como esta seja encarada de forma antecipada na próxima vez.