Chico Rodrigues vê momento propício para aprofundar relações Brasil-China
O Senador federal do Brasil, Chico Rodrigues, enxerga o desenvolvimento da China como um exemplo global, com avanços admiráveis na área de alta tecnologia e infraestrutura. “O Partido Comunista da China mantém uma economia de mercado ao seu modo de forma exuberante,” avaliou ele em relação aos 70 anos da fundação da República Popular da China.
Chefiando a comitiva do Senado Federal na China, Chico Rodrigues vê momento propício para aprofundar ainda mais as relações bilaterais, assinalando a importância de intercâmbios entre parlamentos e partidos para uma compreensão mutua de conceitos e valores. Ele espera que a vinda do presidente Jair Bolsonaro à China possa ampliar definitivamente os investimentos e explorar a reciprocidade das cooperações.
Segue principais trechos da entrevista:
CRIpor: O Sr. Senador chefia a comitiva do Senado Federal para visitar a China. Poderia apresentar um pouco a agenda? Qual é expectativa ou principal objetivo da viagem?
Chico Rodrigues: Ficamos muito agradecidos pelo convite da China e fazemos muitas visitas na área da tecnologia, desenvolvimento, integração e com relação ao setor agrícola e importação e exportação. A diplomacia parlamentar é muito importante nessas relações. Ficamos muito satisfeitos com a agenda cheia de grandes informações. Visitamos a Huawei, que hoje desenvolve tecnologias de 5G. Nós necessitamos implementá-la no Brasil o mais rápido possível para integrar o Brasil nessa nova tecnologia das comunicações. Nós reconhecemos na China um poder nessa área de desenvolvimento tecnológica. É uma agenda positiva.
CRIpor: Este ano celebramos os 45 anos do estabelecimento das relações diplomáticas, tendo os êxitos comerciais muito relevantes. Deste novo ponto de partida, o que nós podemos fazer para aprofundar e consolidar ainda mais este bom relacionamento?
Chico Rodrigues: A China é o primeiro maior parceiro comercial, especificamente nas áreas de commodities agrícolas e mineração. Isso demonstra exatamente o potencial do Brasil e a credibilidade e confiança que a China tem na qualidade dos nossos produtos. As relações diplomáticas entre Brasil e China têm evoluído bastante. Nesses últimos dez anos, essa balança comercial cresceu substancialmente. Diria que é o momento importante das relações entre os dois países. Entendemos que agora nós esperamos que a China possa definitivamente ampliar seu investimento no Brasil, fazendo com que o investimento nas áreas de infraestrutura, como estradas, rodovias, portos, seja realmente ampliado para aumentar os negócios nos dos sentidos. Outro setor importantíssimo do Brasil é o turismo. 160 milhões chineses praticam o turismo em outros países e no Brasil são apenas 60 mil turistas chineses. Endentemos que com a facilitação que está sendo proposta pelo Congresso Nacional sobre a flexibilização do visto aos chineses, podemos recepcionar o número imenso de turistas chineses. Vai ser fundamental para nós ampliar negócios com a China.
CRIpor: Mencionou também a importância a diplomacia parlamentar. Poderia estender como vê o papel dos intercâmbios entre parlamentos e os paridos para impulsionar as relações bilaterais.
Chico Rodrigues: O Partido Comunista da China tem suas especificidades e regras próprias. Entendemos que o partido mantém uma economia de mercado ao seu modo de forma exuberante. Os partidos do Brasil, independentes do matiz seja de direita seja de centro e de esquerda devem ter essa relação com o Partido Comunista da China para entender os êxitos do desenvolvimento deste país. Isso, na verdade, é uma curiosidade muito grande para nós. E tenho certeza que através dessa aproximação, o parlamento brasileiro pode levar para população os conceitos e valores que são importantes para sociedade chinesa. Portanto com ganhos de ambos os lados.
CRIpor: O senhor, como especialista em desenvolvimento rural e urbano, o que é que acha do desenvolvimento da China nesses 70 anos? E a liderança do Parido Comunista da China?
Chico Rodrigues: Os 70 anos de fundação da República Popular a China mostram exatamente que os dirigentes partidários criaram um modelo com muito êxito, o que causa enorme curiosidade para nós. Um país que em apenas 70 anos se passou a estar a segunda maior economia do planeta. Esses exemplos globais têm que ser vistos pelo Brasil com muita observação. No meu entendimento, a China é um modelo a ser seguido que não impõe o seu sistema a demais países, e que mostra para o mundo essa economia de mercado fundamental para vida da população chinesa e da humanidade. Logicamente com o desenvolvimento da China, esse processo vai criar a oportunidade. O setor agrícola e pecuário deve se expandir. O campo alimenta a cidade, portanto tem que ter tratamento absolutamente prioritário. Haveremos de manter esta presença permanente nas relações entre Brasil e China.
CRIpor: O Sr. Senador representa Roraima e a infraestrutura tem sido uma questão que atenta muito. Neste caso, como enxerga o rápido desenvolvimento da infraestrutura aqui na China? E em que os dois lados podem cooperar nessa área?
Chico Rodrigues: Especificamente, a China é um exemplo de modernidade de tecnologia. Então É admirável e é uma referência na área de geração de tecnologias de ponta. O trem-bala é um exemplo que o mundo copia. A geração de fontes alternativas de energia de óleo ou solar. A infraestrutura que está sendo montada na China é admirável. A cada sei meses voltando à China a gente surpreende com a evolução, o que serve como a referência para o mundo. Em relação ao meu Estado de Roraima, somos uma saída estratégica na localização geopolítica. Temos falado com autoridades aqui da China sobre essa saída estratégica para Atlântico da Amazônia via Roraima. Vemos que a ferrovia, para min, é um caminho mais seguro com visionário. Ela será o grande vetor de transporte dos minerais e dos produtos agrícolas e como entrada para consumo das regiões. Portanto é ganha-ganha. É troca entre matérias primas e commodities que dispomos e os manufaturados e eventuais commodities que precisamos, como por exemplo, fertilizantes. É um momento muito propício. Gostaríamos muito de ter apoio da comunidade chinesa no sentido de que essa ferrovia Georgetown até Boa Vista viesse da íntegra Amazônia. Essa integração para mim é importantíssimo.
CRIpor: Estamos muito contentes em ver que o estimado presidente Jair Bolsonaro deve visitar a China em outubro. Do ponto de vista do senhor, qual será o foco da visita do senhor presidente?
Chico Rodrigues: O presidente Jair Bolsonaro tem quebrado paradigmas e tem mostrado a implantação das reformas e o encaminhamento das reformas que são estratégicas para o Brasil como iniciativa do governo. Tem realmente demostrado essa capacidade de enxergar ao amanhã. A partir daí, com a vinda do presidente, demonstrando absolutamente o respeito, confiança e esperança na China como parceiro estratégico, pode alavancar grandes investimentos no Brasil. E o Brasil atenta a reciprocidade com commodities e principalmente com produtos que as próprias empresas chinesas possam se instalar no Brasil para exportarem os produtos acabados para China, aumentado para população a geração de empregos e renda para nosso povo. Vai fazer com que esta viagem do presidente Jair Bolsonaro seja extremamente exitosa. Então estamos muito esperançosos.
CRIpor: Falando do Brisc, o Brasil vai presidir a nova cúpula. Como o senhor avalia o mecanismo do Brics e a importância das cooperações entre os países emergentes?
Chico Rodrigues: O Brics demonstra exatamente que os cinco países apenas com um bloco monolítico em desenvolver a economia de uma forma transversal, implementando projetos e programas de governos que possam ser complementares entre si. Realmente um grande diferencial nesse milénio. Então acreditamos muito no Brics. Tivemos 40 dias em Shanghai onde está sede do Banco do Brics e tem realmente um capital fortíssimo para esses cinco países investirem. Nós entendemos que pelo momento o Brasil e o presidente da República vão recepcionar a China, a Rússia, a Índia e a África do Sul. Essa cúpula com certeza haverá de traçar muitos rumos para que os países possam irmanarem e ajudarem internamente a desenvolver.