Ana Filomena Amaral “cassa os muros interiores ” na escrita
Convidada para 4º Festival Literário China-Europa, a escritora portuguesa Ana Filomena Amaral leva para os leitores chineses sua introspecção sobre as realidades absolutas do nosso mundo. No painel com foco no papel da literatura para sociedade, ela toma como exemplo seu romance O Cassador de Muros, cuja versão inglesa já foi apresentada na feira literária Bookworm, ocorrida também em Beijing. A obra conta um percurso de um jornalista que começa com a queda do muro de Berlim e termina nas favelas do Brasil, para derrubar esse obstáculo de diálogos e evoluções.
Ana Filomena Amaral não entende os muros e acha uma coisa inexplicável. Pós-graduada em história, ela recorda que os muros apenas tinham significado na Idade Medieval, para bloquear os invasores e as doenças. “Agora são construídos para defender ou proteger de quem?”, interroga a autora. Assim vê o papel fundamental da literatura, que pelo menos pode deixar um legado para as pessoas. Já a realização deste festival literário, que reúne mais 50 escritores, é um passo promissor para quebrar o muro interior entre diferentes civilizações.
Na Sala de Visitas, a escritora tenta anatomizar o terreno fértil de Portugal onda apesar do tamanho pequenino saíram tantos escritores conhecidos. Passando séculos, o cabo oeste da Europa acaba por ser um conjunto de todas as influências culturais e o mar lhe abre uma porta larga para o mundo, injetando sensibilidade no gene dos portugueses.