Cidades de terceiro nível são nova força de motriz do consumo de veículos da China
As autoridades da China afirmaram em Beijing que o impacto da pandemia do novo coronavírus à indústria automobilística chinesa será temporária e não impedirá a boa tendência do seu desenvolvimento em longo prazo. O mercado de automóveis se recuperará gradualmente após o reajuste e se manterá estável. A China possui uma perspectiva ampla em consumo automobilístico, especialmente nas cidades de terceiro nível (Third-tier City). Até o final deste ano, o número de veículos no país poderá ultrapassar os EUA. Ouça a reportagem.
Quando a epidemia foi controlada na China, a produção começou a se recuperar gradualmente, a venda de veículos voltou a aumentar. Dados mostram que as principais empresas automobilísticas já retomaram a produção, atingindo 75% da produção diária do ano passado e 65% das encomendas normais. O vice-diretor do Departamento de Desenvolvimento Industrial da Comissão Estatal para Desenvolvimento e Reforma, Cai Ronghua, afirmou que o governo está promovendo a melhoria da indústria automobilística com medidas de incentivo.
“Por um lado, o governo lançou medidas de incentivo para estabilizar o consumo de veículos, incluindo a melhoria do ambiente de consumo e a libertação completa do potencial de consumo. Por outro, orientou positivamente o desenvolvimento de alta qualidade, promovendo a atualização industrial acelerada para eletrificação e inteligência.”
Os carros entraram na vida dos chineses no início da década 1990. A produção e a venda aumentaram de menos de 1 milhão para 28 milhões anualmente, alcançando o primeiro lugar no mundo já há vários anos. Atualmente, o número de carros na China é cerca de 260 milhões. O número por mil pessoas é 180, atingindo o nível médio. Porém, é ainda inferior ao nível dos países desenvolvidos que é 500 a 800 carros por mil pessoas.
Cai Ronghua afirmou que o número ainda tem um grande espaço para crescimento, levando em consideração a diferença com outros países em escala de população, estrutura regional, ambiente de recursos, aumento da renda dos habitantes, escalada de consumo, urbanização, entre outros fatores.
“Com o aumento do número de veículos, o consumo em atualização pode aumentar dos atuais nove milhões de unidades para 20 milhões. Ao mesmo tempo, as cidades de terceiro e mais baixo nível estão liberando o potencial de consumo, o que trará nova força de motriz para o desenvolvimento do mercado doméstico chinês.”
Recentemente, a China baixou a taxa de imposto de valor agregado para a indústria manufatureira e alguns outros setores. Algumas empresas de automóvel reduziram o preço de venda. Também foram diminuíram os preços do petróleo e de peças de automóveis. Essas são boas notícias para o consumo nesta área. Segundo o Ministério do Comércio, no final de março, a venda das principais empresas de varejo de automóveis registrou uma alta de 8,9% em relação ao mesmo período de fevereiro. De acordo com as estatísticas da Associação de Concessionárias de Automóveis da China, em março, foram vendidos mais de um milhão de carros de passageiro na China, 37,5% a mais do que em fevereiro. O diretor do Departamento de Promoção do Consumo do Ministério do Comércio, Wang Bin, analisou as características do atual mercado de consumo doméstico automobilístico:
“A dimensão do mercado está cada dia maior. A produção e a venda de veículos lideraram o ranking mundial há 11 anos consecutivos. Até o final deste ano, o número de veículos na China poderá exceder os EUA. O país está acelerando a melhoria estrutural do consumo. O aumento anual do número de carros na zona rural estava maior do que o da zona urbana há cinco anos consecutivos, chegando a 15,5% atualmente. A cota de carros de passageiros de luxo no mercado ampliou-se constantemente, atingindo 43,7% do total a venda do SUV. Aliás, o país também promove o desenvolvimento verde da indústria. A venda de carros de nova energia na China já representa metade da venda global.”
Wang Bin disse que o consumo de veículos na China passou por um rápido aumento durante os últimos anos e está entrando em um período de reajuste, porém, isso não significa recessão. O consumo neste setor ainda não chegou ao teto.
“No planejamento nacional de longo e médio prazo, está determinado o caminho de desenvolvimento da indústria automobilística para baixa emissão de dióxido de carbono, informatização e inteligência. Ao considerar integradamente o nível de desenvolvimento econômico, a construção de infraestruturas públicas e a capacidade de recursos, acreditamos que nos próximos dez anos, o consumo de veículos da China ainda tem um grande espaço para aumentar.”