O presidente chinês, Xi Jinping, reuniu-se com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em Bali, na Indonésia, na tarde desta segunda-feira (14), um dia antes da Cúpula do G20, que começa nesta terça-feira (15) na cidade. Os dois chefes de Estado trocaram opiniões sobre as questões estratégicas nas relações bilaterais e os grandes assuntos globais e regionais. 

O líder chinês apontou que a situação atual dos laços bilaterais não corresponde aos interesses essenciais dos dois países e dos povos, nem às expectativas da comunidade internacional. A China e os EUA devem manter uma atitude responsável pela história, pelo mundo e pelo povo, para discutir uma maneira correta de tratar um ao outro na nova era, de forma a encontrar uma direção certa dos laços bilaterais e impulsioná-los de volta ao caminho do desenvolvimento saudável e estável, beneficiando os dois lados e o mundo inteiro. 

Na ocasião, Xi Jinping apresentou os resultados importantes do 20° Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCCh). O presidente chinês apontou que as políticas internas e externas do PCCh e do governo são abertas e transparentes, mantendo um alto grau de continuidade e estabilidade. “Promovemos integralmente a grande revitalização da nação com a modernização chinesa, além de persistirmos na meta de realizar o anseio do povo por uma vida melhor como ponto de partida. Proporcionamos inabalavelmente a reforma e abertura e contribuímos para a construção de uma economia mundial aberta.” 

O líder chinês declarou ainda que o mundo está em um grande ponto de virada histórica e que todos os países precisam enfrentar desafios sem precedentes e, ao mesmo tempo, também devem aproveitar as oportunidades. O sucesso, obtido respectivamente pela China e pelos Estados Unidos, é uma oportunidade, mas não um desafio para um ao outro. As duas nações devem estabelecer um tom de diálogo em vez de confronto e um princípio de benefício recíproco, em vez de trocas de soma zero. 

A China nunca procura mudar a ordem internacional existente, não interfere nos assuntos internos dos EUA e não tem a intenção de desafiar ou substituir os Estados Unidos. O cumprimento das normas básicas das relações internacionais e dos Três Comunicados Conjuntos China-EUA é crucial para controlar divergências e evitar conflitos. 

Xi Jinping frisou que resolver a questão de Taiwan é assunto do próprio povo chinês e faz parte dos assuntos internos da China. A defesa da unificação e integridade territorial da pátria é uma aspiração comum do povo chinês. Os chineses nunca permitirão qualquer tentativa de separar Taiwan da China. 

A liberdade, a democracia e os direitos humanos são uma busca comum da humanidade, sendo também uma procura consistente do PCCh, afirmou Xi Jinping. A democracia popular de processo integral da China é baseada nas condições nacionais, na história e na cultura do país, refletindo a vontade do povo. 

A China e os EUA são dois grandes países com diferenças na história, na cultura, no sistema social e no caminho de desenvolvimento. Essas diferenças não devem ser um obstáculo para o desenvolvimento das relações sino-americanas. Ao lançar guerras comerciais e tecnológicas, criar barreiras e forçar a desconexão com a China, os EUA violam os princípios da economia de mercado e minam regras comerciais internacionais. 

Por sua vez, Biden declarou que os EUA e a China, como os dois grandes países do mundo, têm responsabilidade de manter um relacionamento construtivo. A parte norte-americana quer manter um diálogo sincero nas questões divergentes e reforçar a cooperação na resposta aos desafios globais. O presidente norte-americano reiterou que uma China estável e em desenvolvimento corresponde aos interesses dos EUA e do mundo.

Os Estados Unidos respeitam o sistema político chinês e não buscam mudá-lo. A parte norte-americana não vai lançar uma nova guerra fria e se opor à China, por meio do fortalecimento com aliados. Os EUA não apoiam a “independência de Taiwan”, nem das “duas Chinas” nem “uma China, uma Taiwan” e não pretendem entrar em conflito com a China. 

Biden também reiterou que seu governo não tem intenção de buscar uma “desconexão” com a China e nem de obstruir o desenvolvimento econômico chinês e conter o país.

Tradução: Zhao Yan

Revisão: Patrícia Comunello