Comentário: Se a intenção é realmente ajudar a África, Washington deveria largar o "bastão" de sanções
Fonte: CMG Published: 2022-10-26 21:13:10

Dia 25 de outubro é o "Dia Anti-Sanções" estabelecido pela Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral. Vários países africanos pediram, mais uma vez, que os Estados Unidos e outros países ocidentais retirem as sanções contra o Zimbábue. Durante o debate geral da 77ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente da Namíbia, Hage Geingob, condenou severamente as sanções ilegais de longo prazo impostas pelos EUA e outros países ocidentais, dizendo que o Zimbábue deveria ser liberado do peso das sanções e ter a oportunidade de se desenvolver. Esta declaração teve ampla repercussão por parte da comunidade internacional.

Faz mais de 20 anos que os EUA impuseram sanções unilaterais ao Zimbábue. De acordo com estatísticas, nos últimos 20 anos, o Zimbábue sofreu perdas econômicas acumuladas de mais de US$ 40 bilhões devido a sanções externas. Após uma visita ao Zimbábue em outubro do ano passado, fontes de agências da ONU disseram que as sanções impostas pelos EUA e outros países ocidentais haviam prejudicado muitos direitos humanos básicos, tais como o direito à vida, à saúde e ao desenvolvimento do povo do país.

Após a tomada de posse da atual administração estadunidense, a interação diplomática entre Washington e África tem sido aumentada significativamente. Em julho deste ano, os EUA realizaram uma cúpula de negócios com países africanos. Em agosto, o secretário de Estado, Antony Blinken, visitou a África pela segunda vez durante seu mandato e afirmou que Washington ajudaria a África nos próximos cinco anos com a recuperação da epidemia e o crescimento econômico.

Entretanto, muitas pessoas acreditam que os EUA não estão seguindo a chamada nova estratégia em relação à África para ajudar o continente a se desenvolver, mas sim para moldar a África em uma ferramenta para servir aos seus próprios interesses estratégicos em nome de uma suposta cooperação. O ex-diplomata sênior do Departamento de Relações e Cooperação Internacional da África do Sul, Gert Grobler, disse que os EUA nunca desenvolveram relações econômicas e diplomáticas com a África com base em benefícios mútuos, nem formularam uma estratégia comercial razoável, e que os EUA estão claramente focados em combater a influência da China na África.

Atualmente, a crise crescente na Ucrânia e os crescentes riscos de crise de segurança alimentar e energética têm colocado grandes desafios aos países africanos que buscam a revitalização econômica. Entretanto, em vez de se preocupar com os desafios de desenvolvimento enfrentados pela África, os países ocidentais, liderados pelos EUA, continuam aumentando as sanções. Os EUA realmente querem ajudar a África, ou estão mais uma vez passando um "cheque em branco"? Os fatos são a melhor prova. Se quiser falar de cooperação, Washington deveria primeiramente largar o "bastão" de sanções aplicado contra alguns países africanos.

Tradução: Li Jinchuan

Revisão: Erasto Cruz Santos