A decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo Plus (OPEP+) de reduzir diariamente a produção de 2 milhões de barris gerou uma grande repercussão no governo dos Estados Unidos, que apostava no aumento da produção da OPEP+ para conter os preços do produto e a inflação do país.
Os países exportadores adotaram a medida principalmente devido à tendência de queda dos preços e à instabilidade da economia internacional no futuro. Em uma palavra, as cotações da commodity são a base para os países da OPEP+, como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, que estão preocupados com a redução de lucros.
A deliberação, porém, provoca insatisfação dos EUA. Nos últimos meses, os funcionários norte-americanos desenvolveram trabalhos ativos no país e no exterior na tentativa de conter a alta dos preços do petróleo, além de controlar a inflação antes das eleições de meio de mandato.
Segundo reportagem da CNN, já nos dias antes da abertura da reunião da OPEP+, os responsáveis pelos setores de energia, economia e diplomacia norte-americanos não pararam de persuadir os países ligados à organização dos produtores para votarem contra a redução da produção.
No entanto, os países deixaram de obedecer os EUA e optaram por defender os próprios interesses. Um dos exemplos é a Arábia Saudita. O país aplicou no passado a política do “petróleo por segurança” e foi um aliado firme dos Estados Unidos. Porém, quando as instalações petrolíferas da Arábia Saudita foram atacadas em 2019, o então presidente dos EUA Donald Trump alegou que “o ataque foi contra a Arábia Saudita e não os EUA”.
A administração do atual presidente, Joe Biden, aplicou ainda uma diplomacia de direitos humanos no Oriente Médio, reforçando o distanciamento norte-americano dos países da região.
Analistas defendem que, depois do começo dos confrontos entre a Rússia e a Ucrânia, os países produtores de petróleo ganharam mais espaço de coordenação da geopolítica e não querem mais ouvir só os EUA.