Comentário: Ajuda do Japão para África não tem sinceridade
Fonte: CRI Published: 2022-08-30 10:59:24

A 8ª Conferência sobre o Desenvolvimento Africano de Tóquio (TICAD, na sigla em inglês) foi realizada nos dias 27 e 28 na Tunísia. Tanto as informações divulgadas pela imprensa japonesa, quanto os discursos feitos por funcionário japoneses, emitiram o sentimento de que a chamada ajuda para a África conta com muitos interesses egoístas do Japão, e a China voltou a ser passivamente a protagonista ausente.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, anunciou em um discurso em vídeo que o país investirá US$ 30 bilhões na África e cultivará 300 mil talentos para o continente nos próximos três anos. São decisões boas, mas ele sublinhou que isso será diferente do que a China está fazendo. O maior jornal do Japão "Asahi Shimbun" apontou em reportagem publicada no dia 28 que o primeiro-ministro Kishida deve fortalecer as relações com os países africanos para confrontar a China.

Isso não é segredo. Desde o lançamento da iniciativa chinesa “Cinturão e Rota” em 2013, o Japão nunca parou de concorrer com a China no sudeste asiático e na África. No entanto, o fato mostra que é difícil para Tóquio atingir seu objetivo. Desde 2018, o valor comercial entre o Japão e a África não ultrapassou US$ 20 bilhões. Além disso, o aumento da ajuda para o continente africano fica apenas na boca dos japoneses, e os dados vêm diminuindo, chegando apenas a US$ 5 bilhões nos últimos dois anos. A economia japonesa, assim como a taxa de aprovação de Kishida, vem caindo.

Analistas indicam que a ajuda do Japão para a África é para aumentar sua influência no continente e procurar apoios para se tornar um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.

Após a Segunda Guerra Mundial, o Japão não quer ser apenas uma potência econômica e sempre tentou todos os meios para buscar uma melhor posição política. Ser membro permanente do Conselho de Segurança é sua grande ambição. Na conferencia realizada no fim-de-semana passado, a parte japonesa não escondeu seu objetivo de conseguir votos de mais países africanos nesta questão. Sua ajuda para a África tem condições adicionais.

No entanto, o continente africano é um grande mercado para cooperações em vez de um lugar para concorrência de soma zero. Kishida disse que o Japão quer procurar desenvolvimento comum com a África. Então o Japão deve tratar a África com sinceridade, igualdade e respeito mútuo, assim como a China faz. Os países africanos não precisam de uma ajuda que destaque o confronto e a concorrência.

Tradução: Luís Zhao

Revisão: Diego Goulart