China autoriza descendentes de sobreviventes do Massacre de Nanjing a registrar a verdade histórica
Fonte: Xinhua Published: 2022-08-16 10:22:35

Treze descendentes de sobreviventes do Massacre de Nanjing foram reconhecidos pelo Salão Memorial das Vítimas do Massacre de Nanjing pelos Invasores Japoneses como os primeiros "herdeiros de memórias históricas sobre o Massacre de Nanjing" da China nesta segunda-feira, informaram as autoridades locais.

Os descendentes que receberam os títulos vêm de dez famílias, incluindo filhos e netos de sobreviventes do Massacre de Nanjing, e marcam o começo da passagem do bastão da verdade histórica registrada, de acordo com Zhou Feng, curador do memorial.

Desde a infância, os descendentes aprenderam tudo em detalhes sobre os eventos históricos do Massacre de Nanjing a partir das memórias das gerações anteriores. Muitos deles participam há muito tempo em trabalhos relevantes, como docentes voluntários do salão do memorial ou acompanhando os sobreviventes para participar de atividades no Japão, disse Zhou.

Chang Xiaomei, uma das descendentes, escreveu e publicou livros sobre seu pai que, aos nove anos de idade, testemunhou seis de seus familiares serem mortos por tropas japonesas.

Só neste ano, seis sobreviventes do Massacre de Nanjing faleceram, e suas mortes reduziram o número total de sobreviventes registrados na China para 55, com idade média de 92 anos.

"À medida que os sobreviventes envelhecem, seus descendentes se tornarão a principal força na transmissão das memórias históricas", disse Wang Weixing, vice-presidente da Associação de Assistência às Vítimas em Nanjing durante a Guerra de Agressão contra a China pelos Invasores Japoneses.

O Massacre de Nanjing ocorreu quando as tropas japonesas capturaram a então capital chinesa em 13 de dezembro de 1937. Durante seis semanas, eles mataram cerca de 300 mil civis e soldados desarmados chineses em um dos episódios mais bárbaros da Segunda Guerra Mundial.

O governo chinês preservou os testemunhos dos sobreviventes, registrados em documentos escritos e imagens de vídeo. Esses registros do massacre foram listados pela UNESCO no Registro da Memória do Mundo em 2015.

No futuro, espera-se que mais descendentes dos sobreviventes e dos falecidos se juntem à causa para aumentar os registros da verdade histórica, acrescentou Zhou.