Como resultado da visita da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, à região de Taiwan da China, a China suspendeu o diálogo China-EUA sobre as mudanças climáticas e todas as consequências devem ser arcadas pelos Estados Unidos, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês nesta quarta-feira.

"Em primeiro lugar, as contramedidas tomadas pela China são justificadas e uma resposta razoável à visita provocativa de Pelosi a Taiwan", disse o porta-voz Wang Wenbin em uma coletiva de imprensa diária.

A China deixou repetidamente claro para o lado dos EUA que o princípio de Uma Só China é a base política para a China desenvolver relações bilaterais com outros países, acrescentou.

Em desrespeito à forte oposição da China, Pelosi insistiu em sua visita provocativa à região de Taiwan, prejudicando seriamente a soberania e a integridade territorial da China, disse ele.

Esta viagem foi de fato conduzida com a conivência e o apoio do governo dos EUA, que tem minado a fundação política das relações China-EUA e está condenada a causar grandes interrupções nos intercâmbios e cooperações bilaterais, acrescentou.

"Como a China já tinha dito antes, o lado dos EUA não deve ser surpreendido", disse ele.

Em segundo lugar, todas as consequências da suspensão do diálogo China-EUA sobre as mudanças climáticas, resultado da visita de Pelosi a Taiwan, devem ser arcadas pelo lado dos EUA, disse Wang.

"Como um grande país responsável, a China, como sempre, tomará um papel ativo na cooperação internacional e multilateral sobre as mudanças climáticas", acrescentou.

A China permanecerá comprometida com o objetivo de pico e neutralidade do carbono, participará ativamente das negociações nos principais canais de mudança climática, fornecerá apoio e assistência a outros países em desenvolvimento dentro de sua capacidade e fará sua própria contribuição para enfrentar o desafio global das mudanças climáticas, disse Wang.

Em terceiro lugar, o lado dos EUA deve assumir seriamente suas responsabilidades históricas e obrigações no campo das mudanças climáticas, disse Wang.

"A China sempre afirmou que, no combate às mudanças climáticas, não se pode depender de gritar slogans sem agir", disse Wang, acrescentando que a Suprema Corte dos EUA aprovou recentemente uma decisão que limita a autoridade da Agência de Proteção Ambiental para regular as emissões de gases estufa.

Além disso, os Estados Unidos têm usado questões relacionadas a Xinjiang como desculpa para impor sanções às empresas fotovoltaicas da China, o que tem minado diretamente a atmosfera da cooperação China-EUA, assim como os esforços da China e de outros países para enfrentar as mudanças climáticas, observou.

"Tal abordagem contraditória levantou dúvidas sobre a capacidade e determinação do lado dos EUA para lidar com as mudanças climáticas. Os Estados Unidos devem cumprir seriamente suas responsabilidades históricas e as devidas obrigações em lidar com as mudanças climáticas e parar de inventar desculpas para sua inação", disse ele.