Num painel da Rota das Letras, escritores chineses e autores do espaço lusófono reuniram-se para debater o impacto da globalização na literatura contemporânea. O autor chinês, que escreveu o romance "Três irmãs", Bi Feiyi, falou a Rádio Internacional da China sobre o reconhecimento da literatura chinesa pelo mundo.
Qual é a maior dificuldade da literatura chinesa em chamar a atenção do mundo.
A razão principal é a falta de interesse. Tanto quanto eu sei, no caso dos escritores chineses que escrevem romances, mais ou menos uma dúzia de autores entram no mercado estrangeiro. De fato, são muito poucos. As obras deles são traduzidas em poucas línguas, geralmente para o francês e inglês. A tradução para outros idiomas é difícil.
Com o desenvolvimento da China e com o mundo de olhos postos no país, será que não haverá também um maior interesse na literatura chinesa?
Isso tem que passar por um processo. A tendência de desenvolvimento de hoje em dia é que o mundo material anda sempre mais depressa do que o espiritual. Isto é uma espécie de verdade inquestionável. Não é possível que a literatura ou cultura chinesas se abram ao mundo antes de os produtos "made in China" o fazerem, tal como acontece na cultura ocidental, que entra na China através de produtos.
E seus romances são vendidos lá fora?
Os meus romances já foram traduzidos em mais de vinte línguas, mas não para o português. Espero que no futuro eu tenha essa oportunidade.
![]() |
© China Radio International.CRI. All Rights Reserved. 16A Shijingshan Road, Beijing, China. 100040 |