Inês: Bom, como nosso tempo é limitado, termina por aqui o diálogo on-line. Vocês podem encontrar nesta página todas as respostas às perguntas que apresentaram. Agradecemos ao professor Lian, a Dawa Tsering, e a vocês pela participação! Se tiver outras perguntas, sugestões e opiniões sobre nosso diálogo, envie sua carta para o Departamento de Português da Rádio Internacional da China, Beijing, China, ou mande um email para cripor@cri.com.cn. Acompanhe a coluna especial sobre o Tibete na página da Rádio Internacional da China. Mais uma vez, agradecemos pela sua participação!

 

Lian Xiangmin: A China sempre adota políticas de igualdade e união das etnias. Isso está na Constituição. Ao mesmo tempo, o governo também dá preferência às 55 minorias étnicas, além da etnia Han. As políticas determinam que cada etnia tenha seus representantes na Assembléia Popular Nacional da China. Além disso, é adotado o sistema de autonomia regional de minorias étnicas.

Inês: A internauta francesa Claire pergunta: Ouvi dizer que a China tem muitas políticas preferenciais para as minorias étnicas, inclusive a etnia tibetana. Pode falar mais sobre isso?

 

Dawa Tsering: Os visitantes estrangeiros precisam ter uma licença de entrada no Tibete, não é visto. O motivo disto é uma consideração da segurança dos turistas estrangeiros no Tibete, por que a altitude média da região é de 4 mil metros, e o ar é rarefeito. Para garantir a saúde e a segurança dos visitantes estrangeiros, o departamento responsável do Tibete estabeleceu o regulamento de licença.

Inês: Marie pergunta: Sr. Dawa Tsering, um amigo meu disse que é preciso visto para viajar ao Tibete. Se o Tibete pertence à China, por que é preciso visto?

 

Dawa Tsering: Sim. Atualmente, a produção e a ordem social em Lhasa já estão normalizadas. Alguns visitantes já entraram na cidade. Aguardamos sua visita e viagem pelo Tibete.

Inês: Helmut pergunta: Vi uma reportagem dizendo que o Palácio Potala está aberto ao público de novo. Isso significa a melhora da situação de segurança do Tibete?

Dawa Tsering: Creio que o futuro do Tibete será brilhante. Como tibetano, também vou me esforçar pela construção da minha terra natal. Estou muito contente por ver que o revezamento da chama olímpica passará, sim, pelo Tibete.

Inês: Helder, do Brasil, pergunta: Qual é a perspectiva para o Tibete? O governo chinês ainda planeja realizar a passagem da chama olímpica no Tibete?

Dawa Tsering: Protegemos os direitos dos tibetanos, o que é estipulado pela Constituição e pela Lei de Autonomia da Região Étnica. Atualmente, os Hans e tibetanos podem casar entre si, o que promove a coexistência entre eles.

Inês: Augusto perguntou: Como os tibetanos vêem os chineses da Etnia Han que trabalham e vivem em Lhasa?

 

Lian Xiangmin: Atualmente, no Tibete, o número de pessoas que usam a língua tibetana é muito maior do que em qualquer época histórica. Ao mesmo tempo, o número dos que aprendem a língua também é maior do que no período de governo do Dalai Lama. Em computadores, celulares, televisão, rádio e jornais a língua tibetana também é amplamente utilizada.  

 

O Dalai Lama disse que já desistiu da independência do Tibete. No entanto, o que ele quer? Ele quer demarcar um quarto dos territórios chineses como uma região administrativa independente, expulsar milhões de outras etnias desta terra e realizar transferência racial. Ele disse que vai realizar eleições democráticas. É uma etnia teocrática. Então, por que ele assume o chefe do suposto Estado do Tibete?

Inês: O internauta italiano Lorenzo Rossetti pergunta: Quero conhecer mais sobre as relações entre o governo chinês e o Dalai Lama. No fim da década de 1980 do século passdo, o Dalai Lama já anunciou que desistiu da independência do território tibetano, e só pediu uma autonomia maior. Porém, esta posição causou insatisfação das pessoas radicais do Tibete, que buscam a independência por outros meios. O que você acha?

 

Lian Xiangmin: A região Autônoma do Tibete é habitada por mais de 5 milhões de habitantes. Os separatista são muito poucos organizações apoiadas pelo "governo tibetano exilado" que quer recuperar o antigo sistema de escravidão.

 

Atualmente, alguns países e pessoas ocidentes não conhecem a realidade do Tibete e prejudicaram a imagem da China. A China desejo que todos eles venham pessoalmente a China para conhecer a verdadeiro fato. Se quiserem, eu próprio quero acompanhar eles para uma visita ao Tibete para conhecer como os tibetanos estão vivendo lá.

 

Inês: A internauta francesa Yaya H.KOURA perguntou: Por que a China o Tibet ainda pede independência mesmo o governo chinês empenha-se em promover  o desenvolvimento da região?Qual é o motivo real que Dalai Lama pede independência?A China tem jeito pra impedir os eventos atuais que prejudicam a imagem da China?

 

Lian Xiangmin: A etnia tibetana é uma das etnias da China e faz parte do 1,3 bilhão de habitantes chineses. Os Jogos Olímpicos de Beijing são uma solenidade tanto para o povo chinês quanto para os povos de todo o mundo . Com as Olimpíadas, todos os povos podem reforçar o conhecimento mútuo e o intercâmbio cultural, sendo já um grande benefício. Além disso, durante os Jogos, muitos visitantes estrangeiros podem viajar pelo Tibete. Eles, quando conhecem o Tibete real, trazem oportunidades de emprego aos habitantes locais, aumentando a renda deles. Esse também é o benefício ao povo tibetano.

 

Tenho muitos amigos da etnia tibetana. Todos eles estão aguardando sinceramente a abertura dos Jogos Olímpicos de Beijing e dão boas-vindas aos amigos de todos os países. Gosto muito dos amigos alemãos. Convido você a visitar Beijing e o Tibete. Vou oferecer a você uma refeição tibetana.

Inês: O internauta alemão Klaus perguntou ao professor Lian: Os tibetanos podem se beneficiar dos Jogos Olímpicos de Beijing? Se puderem, em que sentido?

 

Dawa Tsering: 2008 é o ano em que a China sedia os Jogos Olímpicos. Os separatistas pró-independência do Tibete pretendem expressar sua opinião política aproveitando as Olimpíadas para coagir o governo central e atingir o fim de separar a pátria.

 

Penso que muitos veículos de imprensa dão muita atenção às notícias negativas de qualquer país, porque somente as notícias negativas chamam mais olhares. A China é um país de sistema socialista. Os veículos ocidentais de imprensa informam freqüentemente as notícias negativas em relação à China. Desde a execução da política de reforma e abertura, a economia social se desenvolveu rapidamente e, ao mesmo tempo, a China mostra positivamente ao mundo seus êxitos de abertura e se esforça pela integração na economia mundial. O Tibete é uma parte inseparável do território chinês. Essa realidade tem o apoio da comunidade internacional. Por isso, não existe a chamada "questão do Tibete".

Inês: Manu tem duas perguntas: 1. O que motivou os incidentes de 14 de março em Lhasa, sobretudo, às vésperas da abertura dos Jogos Olímpicos de Beijing? 2. Por que as reportagens da mídia ocidental sobre a China são tão negativas? É por causa do rápido renascimento da economia chinesa ou pela questão do Tibete?

 

Dawa Tsering: O desenvolvimento de ciência e tecnologia.

Inês: Christian, da Alemanha, pergunta ao sr. Dawa Tsering: Como tibetano, o que o sr. acha mais importante para o desenvolvimento do Tibete?

 

Dawa Tsering: Os crimes violentos de agressão física, destruição de propriedades, roubos e incêndios ocorridos em 14 de março em Lhasa não apenas influenciaram a ordem normal da cidade, mas também comprometeram a vida e as propriedades dos civis. Qualquer país que tenha incidentes semelhantes vai adotar as medidas necessárias para controlar as atividades criminosas. Acho que a situação é a mesma em seu país. O que aconteceu em 14 de março não foi uma manifestação pacífica, mas atos violentos contra civis. Eles não só prejudicaram os hans e os huis como também os tibetanos. Por isso, não se pode dizer que o governo chinês "reprimiu" os tibetanos. Acredito que você pode ver muitas reportagens distorcidas, mas a imprensa de alguns países já reconheceu seus erros.

Inês: o internauta Arimar Rocha perguntou: As televisões do mundo inteiro passam reportagem sobre o que eles chamam de "opressão chinesa" aos tibetanos. Como acreditar ou não no que a mídia fala sobre isso se não conhecemos a realidade do povo tibetano?

 

Lian Xiangmin: Depois do incidente de "14 de março", muitos veículos de imprensa ocidentais fizeram reportagens, porém, disseram que as atividades violentas eram protestos pacíficos. Alguns usaram erradamente fotos de policiais da Índia e Nepal prendendo separatistas como se fossem fotos do distúrbio em Lhasa. Você também pode ver as provas no site ANTI-CNN.

Inês: O internauta Bem pergunta: Por que vocês concluem que nossa imprensa realiza reportagens distorcidas sobre o assunto do Tibete?

 

Lian Xiangmin: A China jamais será dissolvida, porque tem 56 etnias dispostas a se unir. Só cerca de mil pessoas participaram das atividades violentas dos distúrbios de 14 de março, enquanto a cidade de Lhasa possui uma população de 200 mil que se opõem, junto com todos os chineses, à violência.

 

Desde o século XIII, o Tibete é parte do território chinês. Desde então, o governo central tem administrado os assuntos tibetanos. Antes de 1949, o Tibete foi administrado pela República da China, e o 14º Dalai Lama foi eleito e aprovado pelo governo da República da China. Naquela época, os tibetanos viviam sob o sistema de escravidão e os senhores de escravos, 5% da população, possuíam 95% das terras.

 

Os escravos podiam ser trocados entre os donos e não tinham liberdade nem direitos humanos.

Inês: O internauta brasileiro Acir queria saber como era a situação social e trabalhista no Tibete antes de 1949 e como o Tibete passou a fazer parte da China. "Vocês não temem um esfacelamento como a União Soviética?"

 

 

Lian Xiangmin: No século XIII, o exército chinês já havia entrado no Tibete. Em 1949, a nova China foi criada e o Exército de Libertação do Povo Chinês também entrou na região, em 1951. Porém, naquela época, o mundo vivia à sombra da Guerra Fria. A República Popular da China recuperou sua posição legal na ONU em 1971. Antes disso, algumas pessoas manifestaram oposição à China, devido ao preconceito da Guerra Fria.

Inês: Jacques Canevet, da França, perguntou: Quando o exército chinês entrou no Tibete, a ONU não manifestou a oposição?

 

Lian Xiangmin: Antes de 1951, o Tibete era uma sociedade escravista, com regime teocrático e com 95% da população vivendo na servidão. Eles dependiam dos senhores, que eram 5% da população. Entre os funcionários do governo, metade era de monges e o restante de fidalgos. Os senhores controlavam todas as terras e os escravos, que não tinham quaisquer direitos humanos. A população do Tibete de então era de um milhão de pessoas, sendo cem mil monges,a taxa mais alta no mundo. Metade dos monges estudava os dogmas e alguns deles se dedicavam às atividades comerciais e à gerência de fazendas de senhores.

Inês: O internauta alemão Helmut perguntou: Poderiam falar um pouco sobre a situação do Tibete antes de 1951?

 

Dawa Tsering: Tendo em vista o ambiente natural e humano especial do Tibete, a Região Autônoma elaborou a planificação para o desenvolvimento do setor de turismo e serviços. Quando vou aos arredores e zonas rurais de Lhasa, vejo sempre que muitos camponeses estão construindo hospedarias, organizando grupos de dança folclórica e estudando a língua inglesa. Sabe por que eles fazem isso? Eles querem obter benefícios do rápido desenvolvimento do turismo tibetano. A evolução do setor não só difunde a cultura tibetana, como também aumenta a renda dos camponeses nas regiões vizinhas a Lhasa.

Inês: Melly, da Alemanha, pergunta: Existe uma contradição entre o rápido desenvolvimento do turismo e a proteção da cultura tibetana?

 

Dawa Tsering: Posso responder à sua pergunta com minha própria experiência. Quando era pequeno, tinha a oportunidade estudar no interior. Porém, devido à dificuldade de transporte, não conseguia pagar as passagens de avião, tinha de trocar de trens para chegar ao destino, gastando muito tempo e sendo muito inconveniente. Após a abertura da ferrovia Qinghai-Tibete, os estudantes da etnia tibetana podem voltar à terra natal com pouca despesa. Ao mesmo tempo, a ferrovia traz muitos visitantes nacionais e estrangeiros ao Tibete, beneficiando notavelmente o desenvolvimento do setor turístico e de serviços da região. Atualmente, muitos tibetanos estão trabalhando nesta área, e penso que todos eles estão contentes por acolher os turistas que chegam ao Tibete por avião, rodovia e ferrovia.

 

O investimento do governo central no Tibete é muito maior do que dezenas de milhões de yuans. A finança central tem fundos especiais destinados ao Tibete. Além disso, as províncias, cidades e empresas apóiam também a construção da região. O investimento é principalmente destinado à construção de infra-estrutura e à educação.

Inês: O internauta Helmut pergunta: Quais são as mudanças que a abertura da ferrovia Qinghai-Tibete trouxe para a vida do povo tibetano? A China investiu dezenas de milhões de yuans no Tibete nos últimos anos. Para quais áreas foram estes investimentos?

 

Lian Xiangmin: Os assuntos do Tibete são internos da China e o país é capaz de manter a estabilidade da região autônoma. As políticas externas chinesas não serão influenciadas. A China sempre adota uma atitude aberta para tratar os diversos países. Acolhemos os visitantes de todo o mundo para assistir às Olimpíadas e fazer turismo.

Inês: O internauta brasileiro Helder perguntou: Como os eventos ocorridos no Tibete podem influenciar na conduta chinesa externa? Isto é, existe a possibilidade de as relações sino-indianas e/ou sino-francesas ou sino-inglesas se modificarem em relação ao ocorrido?

 

Lian Xiangmin: Desde o século XIII, o Tibete é parte dos territórios da China. No incidente de "14 de março", alguns poucos monges que violam a lei nacional e os dogmas de Budismo participaram das atividades violentas. Eles também atacaram os policiais que mantêm a ordem social. Isso não foi um conflito entre o exército chinês e o Dalai Lama, mas distúrbios cometidos por criminosos.

 

O Tibete possui uma bela natureza e uma cultura especial. Além disso, a região tem boas condições para desenvolver o turismo e também a evolução de todo o país neste setor.

Inês: O internauta francês Achille Migan pergunta: O Tibete é parte do território chinês ou foi ocupado? Por que aconteceram os conflitos entre as tropas chinesas e o Dalai Lama? Qual é o papel que o Tibete está desempenhando na economia da China?

 

Inês: Olá, Acir. O chat está andando, sim.

 

Lian Xiangmin: 95% da população do Tibete são da etnia tibetana. O desenvolvimento econômico da região beneficia todas as etnias da região.

 

Por exemplo, com a chegada de muitos turistas, os tibetanos aumentaram sua renda e melhoraram sua vida abrindo hotéis, tornando-se guias, fazendo apresentações folclóricas e vendendo artesanatos tradicionais.

Inês: Ernult Daniel, da França, pergunta: No Ocidente, muitas pessoas acham que o desenvolvimento econômico do Tibete só beneficia a etnia Han. Isso é verdade? E por que os tibetanos são excluídos do desenvolvimento? "

 

Lian Xiangmin: Existe exatamente este fenômeno e a realidade deve ser buscada com consulta aos arquivos históricos. As salas e museus chineses guardam agora dados e materiais de diversas dinastias, que podem comprovar plenamente que o Tibete faz parte da China. Venha a Beijing, vá ao Tibete e a outros locais para consultar os dados reais. Acredito que conhecerá a realidade.

 

Por exemplo: de acordo com o imperador da Dinastia Qing, a eleição do Dalai Lama teria que ser aprovada pelo imperador e deveria ser realizada por sorteio na urna dourada. Esta urna deveria ter sido conferida pelo imperador.

Inês: O responsável pelo site Radie86, parceiro do Departamento de Francês da CRI, Ereult Dainel, pergunta: As versões sobre a história tibetana e sobre seu pertencimento à China não são iguais, existem até contradições. Então, qual é a realidade?

 

Dawa Tsering: Acho que seu amigo visitou o Tibete durante sua melhor época de turismo e, por isso, havia muitos viajantes chineses ali. Além disso, o nível de vida em Lhasa está se elevando em um ritmo acelerado e não é fácil distinguir os tibetanos e os hans por suas aparências.

 

A maioria dos hans no Tibete dedica-se a atividades comerciais. Eles contribuem não só para a prosperidade do mercado do Tibete, como também para o entendimento étnico e para a situação de emprego na região. Muitos tibetanos são contratados.

Inês: A internauta alemã Marie perguntou: Sr. Dawa Tsering, um amigo meu viajou recentemente pelo Tibete e disse ter visto muitos hans em Lhasa. Queria saber se isso é verdade. Se é mesmo, o que os hans fazem no Tibete?

 

Lian Xiangmin: Lhasa tem uma população de 200 mil pessoas. No dia 14 de março, sob a organização e planejamento do grupo do Dalai Lama, cerca de mil pessoas começaram a série de atividades violentas, matando 18 e ferindo muitos. Mais de 1.200 lojas foram danificadas, além de alguns bancos e escolas. A absoluta maioria do povo tibetano e de outras etnias se opõe a tais atividades.

 

As relações entre a etnia Han e as minorias étnicas sempre foram harmoniosas. Mesmo nos distúrbios do dia 14 de março, os povos de todas as etnias se apoiaram e ajudaram mutuamente.

Inês: O internauta da Itália Luca Cipollini pergunta: A instabilidade no Tibete já foi provada pelas suas reportagens. Como vocês vêm a evolução da situação e quais medidas a China vai tomar para restabelecer a harmonia entre a etnia Han e outras etnias?"

 

Lian Xiangmin: A China é um país que possui 56 etnias e a tibetana é uma delas, cuja população está concentrada no Tibete e nas zonas provinciais ao redor.

 

Na idade moderna, o imperialismo se aproveitou do Tibete para tentar separar a China, porque se a região conseguisse a independência, surgiria uma reação em cadeia entre as minorias étnicas. As atividades imperialistas visam a dividir a China em vários pequenos países, o que afetaria gravemente a coexistência pacífica entre as diversas etnias e poderia causar conflitos graves. Por isso, o Tibete tem grande importância para a China.

Inês: O internauta cubano Ricardo Napoles quer saber qual é a importância do Tibete para a grandiosa China?

 

Dawa Tsering: Antes da libertação pacífica do Tibete, a expectativa de vida dos habitantes era de somente 35 anos. Hoje, está em 65 anos. No antigo Tibete, não existiam escolas modernas. Atualmente, a região possui o sistema de educação relativamente completo, tendo escolas primárias, secundárias e universidades. A Constituição da China e as leis e regulamentos da Região Autônoma do Tibete garantem a liberdade de crença religiosa do povo tibetano. Essa realidade demonstra que após a reforma e abertura as condições materiais e de vida aumentaram rapidamente. Eu convido você para visitar a minha terra natal, Lhasa. Ali, posso lhe mostrar a real situação de vida dos habitantes da cidade hoje em dia.

Inês: O ouvinte Emmanuel perguntou: A vida atual do povo tibetano é melhor do que dezenas de anos atrás? Quer dizer, a China incluiu o Tibete em seu território e esta província viu o progresso?

 

Dawa Tsering: Como um tibetano, sinto muito orgulho. A etnia tibetana é uma parte importante do nosso grande país. É uma cultura brilhante e com muita história. Beijing é uma cidade moderna, e reúne as diversas culturas. Posso ensinar e pesquisar em Beijing a nossa cultura tibetana. Ao mesmo tempo, em Beijing, muitos amigos têm interesse na cultura tibetana. Eles amam o Tibete.

Inês: O internauta alemão Tim pergunta: Prezado sr. Dawa Tsering, você é um tibetano que vive em Beijing. Como se sente?

 

Lian Xiangmin: A Constituição chinesa estipula que os cidadãos com idade superior a 18 anos gozam de direitos de eleger e de ser eleitos. Os tibetanos representam 95% da população do Tibete e os habitantes de todas as etnias são eleitores. Eles elegem as entidades governamentais autônomas da região, prefeituras e distritos, quer dizer as Assembléias Populares e governos populares de diversos níveis. As entidades autônomas exercem a autonomia segundo as leis e administram os assuntos políticos, econômicos, culturais e sociais.

Inês: O internauta italiano Roberto perguntou: Sabemos que o Tibete é uma região autônoma da China. Como a região exerce sua autonomia?

 

Lian Xiangmin: A China tem cinco regiões autônomas e o Tibete é uma delas. Os direitos de que elas gozam são iguais. Como o Tibete fica em uma área de grande altitude, a situação natural dele é difícil. O Tibete ficou por um longo período sob o sistema de escravidão e com muito pouco desenvolvimento socioeconômico. Por isso, o governo central liberou grandes verbas para melhorar a vida dos tibetanos.

Inês: O internauta vietnamita Nguyen The Lam perguntou: O Tibete é uma região autônoma com características diferentes de outras regiões autônomas? Comparando com as outras, o Tibete é mais autônomo e possui mais privilégios?

 

Dawa Tsering: Na Região Autônoma do Tibete, o governo elabora leis e normas específicas para garantir o uso da língua tibetana. Os estudantes tibetanos podem aprender a língua tibetana, mandarim e inglês.

Inês: A internauta italiana Gabriella perguntou qual a língua utilizada para educação nas escolas do Tibete.

 

Lian Xiangmin: Nos distúrbios violentos ocorridos no dia 14 de março em Lhasa os bens e a vida dos habitantes foram ameaçados gravemente. Para garantir a segurança dos jornalistas estrangeiros, o governo local os escoltou a saírem dos locais perigosos. Isso não é expulsar jornalistas estrangeiros. Com a volta da estabilidade a Lhasa e o fim da ação dos desordeiros, o governo local permitirá a cobertura de estrangeiros, garantindo a segurança deles próprios.

Inês: O internauta Kalle Kniivila pergunta: Se vocês querem que todo mundo conheça completa e corretamente a realidade, por que expulsam correspondentes estrangeiros do Tibete?

 

Dawa Tsering: Acho que o Tibete está na sua melhor fase da história. Todas as etnias na região estão se esforçando na construção da terra sob a liderança do Partido Comunista da China. As estatísticas podem demonstrar que o nível produtivo da região é muito mais avançado que o antes de 1959 e a crença religiosa é garantida. Por isso, as críticas contra a China é infundada.

Inês: O ouvinte alemão Helmut enviou: "acho que a questão do Tibete já foi utilizada por algumas pessoas que têm segundas intenções, e como vocês vêm?"

 

Dawa Tsering: Recentemente, ocorreram em Lhasa e em algumas zonas de concentração dos tibetanos, atividades de agitação, saques e incêndios realizadas pelos poucos elementos separatistas do Tibete. Agora, a situação já está estável. Os alvos dos desordeiros não são apenas os Hans, como também os tibetanos. As atividades violentas foram condenadas veementemente pelo povo de diversas etnias, incluindo as da Região Autônoma do Tibete

Inês: O brasileiro Helder perguntou por que os tibetanos realizaram manifestações recentemente contra o governo chinês?Eles são contra a presença de chineses da etnia Han no Tibete?

 

Lian Xiangmin: Todos os países no mundo reconhecem que o Tibete faz parte do território chinês. Nenhum governo reconhece publicamente o Tibete como um país independente. No século XIII, o governo central chinês começou sua administração do Tibete. A partir de então, todos os assuntos sobre a Região devem ser tratados com a aprovação do governo central.

 

A Lei Internacional define a garantia da união dos países soberanos e é contrária à independência de parte de um país.

 

A China é um país composto por 56 etnias. Sua Constituição e leis definem que, sob a liderança do governo central, adota-se a autonomia regional nas regiões de concentração de minorias étnicas. Os habitantes ali elegem seu governo para administrar a região e as regiões gozam de autonomia nos aspectos político, econômico e cultural.

Inês: O internauta Siegbert pergunta: Você entende a base da Lei Internacional tendo o Tibete como parte da China? E como se define a "região autônoma" na China?

 

Lian Xiangmin: A Constituição e a Lei de Autonomia das Etnias e Regiões da China estipulam que, sob a liderança unificada do país, nas regiões de concentração das minorias étnicas, se executa o sistema de autonomia regional das minorias étnicas. São estabelecidos os órgãos de autonomia étnica encarregados pela execução do direito de autonomia e pela administração dos assuntos da própria etnia. O Tibete é uma região autônoma da China. Na área política, a Assembléia Popular da Região e o governo regional formados por meio de eleições democráticas de todas as etnias que habitam o local, os cargos de diretor do Comitê Permanente da Assembléia Popular do Tibete e de presidente do governo regional são assumidos por cidadãos tibetanos, elaboram e organizam a execução do planejamento sobre o desenvolvimento sócio-econômico da região.

 

Na área cultural, utiliza-se a língua nacionalmente usada em todo o país e a língua tibetana, respeita-se os costumes e hábitos tradicionais da etnia tibetana e se protege e desenvolve a cultura tradicional da etnia. Ao mesmo tempo, os cidadãos gozam da plena liberdade de crença religiosa.

 

O governo central apóia financeiramente o Tibet, promovendo o desenvolvimento da economia, sociedade e cultura, e protege o meio ambiente da região.

Inês: O internauta espanhol Deogracias López Rós perguntou: Que nível de autonomia o Tibete tem em relação à China?

 

Dawa Tsering:A China tem 56 etnias, e a tibetana é uma delas. A população da etnia tibetana na China é de cerca de 6 milhões.

Inês: A internauta francesa Celine perguntou?Qual é a percentagem da etnia tibetana na população total do Tibete?

 

Lian Xiangmin: O Tibete fica em uma região muito alta. As indústrias agrícola, pecuária, turística e de serviços são pilares da economia tibetana. A agricultura da região está se transformando de tradicional em moderna e a construção das rodovias, aeroportos e especialmente da ferrovia Qinghai-Tibete impulsionam muito o turismo.

 

95% da população local são da etnia tibetana e o turismo é a principal fonte de renda deles. Agora, a sociedade tibetana já recuperou a estabilidade e a economia com certeza vai se desenvolver aceleradamente.

Inês: O internauta Deogracias López Ros, da Espanha, quer saber como é a perspectiva para o futuro da economia tibetana.

 

Lian Xiangmin: Paulo, muito obrigado pela sua pergunta. Gostaria de mostrar uma série de dados. Em 2007, o Produto Interno Bruto (PIB) da região cresceu 14% e atingiu 34,2 bilhões de yuans (US$ 7 bilhões), cerca de 12.100 yuans (US$ 1728) per capita.

A renda média da população cresceu 24,5% no ano passado, chegando a 11.131 yuans (US$ 1.590). Os agricultores e vaqueiros tinham uma renda líquida per capita de 2.788 yuans (cerca de US$ 398), um aumento de 14,5%. O governo central planeja aumentar essa renda para 3.820 yuans (US$ 545) até 2010, perto da média nacional para agricultores.

Algumas epidemias antigamente desenfreadas na região, incluindo varíola, cólera, febre escarlate, agora estão sob controle. A taxa de mortalidade entre mulheres grávidas caiu de 5% em 1959 para os atuais 0,339%, e a taxa de mortalidade de crianças, de 45% para 0,31%.

A esperança de vida dos tibetanos atualmente é de 67 anos, quase o dobro da registrada nas décadas de 1950. A tibetana mais velha, Amai Cering, comemorou seu 117º aniversário no mês passado.

Inês: Paulo perguntou como é a vida atualmente no Tibete.

 

Inês: Olá, amigos. Vocês já estiveram no Tibete? Querem conhecer a região? Situado no sudoeste da China, o Tibete é um lugar lindo e misterioso. Muitos chineses o chama de paraíso terrestre, pois ele tem o suntuoso Palácio Potala, a belíssima Shangri-La, um povo hospitaleiro, além de músicas e danças maravilhosas. Com a inauguração da ferrovia Qinghai-Tibete e a expansão do turismo, a região vem sendo conhecida por um número crescente de estrangeiros, que acabam ficando apaixonados por esta terra.

 

Recentemente, o Tibete virou um dos focos da imprensa internacional, devido ao quebra-quebra ocorrido na capital Lhasa e às perturbações causadas pelo grupo pró-independência do Tibete durante o revezamento da tocha olímpica em Paris e Londres. Vículos da mídia ocidental reportaram o assunto, mas muitas matérias continham distorções. Ouvintes e internautas da CRI enviaram cartas e emails, manifestando o desejo de conhecer mais sobre o Tibete. Hoje, convidamos o professor do Centro de Pesquisas sobre o Tibete, Lian Xiangmin, e o tibetano Dawa Tsering para participar do nosso diálogo on-line. Eles vão apresentar o Tibete e responder às suas perguntas.

 

Sejam bem-vindos para participar do nosso diálogo!