Ataque dos EUA matou civis em Cabul
Na noite do dia 29, as forças armadas dos EUA no Afeganistão realizaram mais um ataque em Cabul. A operação via drone, que teve como alvo uma área residencial, matou dez civis, incluindo uma criança de dois anos de idade.
Washington anunciou inicialmente que o ataque aéreo matou um terrorista que estava envolvido em um possível ataque suicida no Aeroporto de Cabul. Mas posteriormente o exército dos EUA publicou um comunicado, dizendo que o ataque aéreo atingiu um carro, no qual transportava terroristas, e o ataque aéreo "supostamente" detonou os explosivos no veículo e, consequentemente, uma explosão secundária maior causou vítimas civis.
Mas ocorreu assim mesmo?
Quando o correspondente do CMG em Cabul chegou ao local, o carro atingido no ataque aéreo estava estacionado no pátio e um carro ao lado também foi parcialmente destruído. Uma família com quatro filhos mora no pátio e um deles morreu na explosão. Seus irmãos disseram ao correspondente que, no momento do ataque aéreo, o carro tinha acabado de chegar na casa, diferentemente da afirmação dos EUA de que o carro estava a caminho do aeroporto. Testemunhas confirmaram que não havia explosivos no carro e, de fato, não havia vestígios de uma segunda explosão na área circundante.
A família da vítima disse que o dono do carro atingido trabalhou para uma instituição estrangeira em Cabul e já tinha obtido visto antes do ataque. Ele estava esperando a retirada organizada pelos estrangeiros por dezenas de dias. Mas, no final, ele foi identificado pelos EUA como terrorista. O que ainda mais prejudicou a família é que alguns veículos de imprensa ocidentais vieram e perguntaram: “Onde estão os terroristas do Estado Islâmico? Será que vocês os esconderam?”
A verdade é explícita. O ataque aéreo não matou terroristas, mas civis.
Tradução: Xia Ren
Revisão: Diego Goulart