Comentário: Politização do rastreamento das origens do vírus é traição ao espírito da ciência
A Embaixada da China na Dinamarca enviou uma correspondência recentemente à TV 2 do país, na qual manifestou a posição chinesa sobre um documentário exibido neste canal em relação ao rastreamento das origens do novo coronavírus. Para a Embaixada da China, o documentário não exibiu os materiais relevantes detalhados fornecidos pela Embaixada, mas ignorou fatos e dados, razão pela qual, o documentário é parcial e com uma conclusão pré-estabelecida. O principal entrevistado neste documentário e chefe do grupo de investigação conjunta da OMS sobre o rastreamento das origens do novo coronavírus, Peter Ben Embarek, esclareceu que suas palavras foram parcialmente exibidas e mal entendidas.
O documentário exibido na TV 2 da Dinamarca em 12 de agosto, apresenta Embarek afirmando que não está descartada a possibilidade de que os funcionários do laboratório chinês tenham sido infectados e que o vírus tenha sido retirado do laboratório durante a pesquisa do vírus em morcegos. Obviamente a afirmação é diferente da opinião expressada no relatório do grupo da investigação conjunta da OMS de que “o vazamento do laboratório é extremamente improvável”. Alguns veículos de imprensa ocidentais, inclusive o jornal estadunidense The Washington Post, exageraram as palavras de Embarek, causando mais uma onda de ataque à China com o pretexto do rastreamento das origens do novo coronavírus.
Mais tarde, Peter Ben Embarek esclareceu ao The Washington Post que as palavras dele, originalmente em dinamarquês, foram mal traduzidas para o inglês e alguns veículos de imprensa citaram parte da fala e interpretaram mal seu ponto de vista. O porta-voz da OMS também confirmou os erros em algumas publicações sobre a entrevista de Embarek, acrescentando que a entrevista foi feita alguns meses atrás.
Como chefe do grupo de investigação conjunta da OMS sobre o rastreamento das origens do novo coronavírus, Peter Ben Embarek, participou de todas as atividades deste grupo em Wuhan no início do ano. Na coletiva de imprensa, ele disse que “o vazamento do laboratório é extremamente improvável” e acrescentou: “nunca fomos pressionados a remover um elemento crítico do nosso relatório”.
Pode-se ver que alguns veículos de imprensa ocidentais, incluindo o Washington Post, não apresentaram totalmente o conteúdo da conversa de Embarek, mas interpretaram mal seus pontos de vista. Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, destacou que o conteúdo da reportagem do Washington Post é uma notícia falsa. Como chefe do grupo de investigação conjunta da OMS sobre o rastreamento das origens do novo coronavírus, Peter Ben Embarek sempre defendeu o relatório de pesquisa conjunta China-OMS sobre a rastreabilidade das origens do novo coronavírus.
No final de maio, o presidente dos EUA, Joe Biden, deixou de lado as conclusões científicas da OMS e pediu à Agência de Inteligência que elaborasse um relatório de investigação sobre a origem do vírus em 90 dias, o que até expôs a conspiração de Washington para estabelecer uma presunção de culpa. O jornal Telegraph comentou que a ciência foi "esmagada" por relações geopolíticas frias na questão da rastreabilidade das origens do vírus. Impulsionada por demandas políticas, a especulação sem quaisquer evidências e teorias científicas se espalhou de maneira grandiosa e ampla, traindo o espírito científico.
Tradução: Xia Ren
Revisão: Diego Goulart