Comentário: Por que os EUA não ousam abrir laboratório em Fort Detrick para investigação?

O rastreamento global da origem do SAR-CoV-2 deve ser baseado na ciência.

Em março deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) realizou pesquisas junto aos especialistas chineses em Wuhan e concluiu que é “extremamente impossível” o novo coronavírus ter vazado de um laboratório da cidade.

Após essa investigação, o trabalho de rastreamento precisa ter como prioridade outros países e regiões onde a situação pandêmica é mais grave. Os Estados Unidos, com mais casos confirmados e óbitos no mundo, devem ser o foco do próximo passo. O país precisa abrir o laboratório biológico situado em Fort Detrick para averiguação da OMS.

Por que surgiram pacientes que testaram positivos para a Covid-19 nos Estados Unidos em dezembro de 2019? Qual é a relação entre o “pulmão branco do cigarro eletrônico” no estado de Maryland e o fechamento de laboratório em Fort Detrick? Como os Estados Unidos se tornaram, passo a passo, os “campeões” mundiais no número de casos confirmados e de óbitos?

A manobra política da parte estadunidense no rastreamento do vírus é mais do que evidente. Em 23 de julho, o escritor britânico e analista de política e relações internacionais Tom Fowdy publicou, no site da agência Russia Today, um artigo intitulado “Para que o mundo aspire o funcionamento normal da OMS, os EUA devem parar de fazer dela um bode expiatório”.

No texto, Fowdy revelou as mentiras sobre o vazamento do laboratório de Wuhan e a teoria de conspiração sobre a origem do SARS-CoV-2, criada pela potência norte-americana para culpar a China. O diretor da Política Global de Saúde no Instituto de O’Neill, na Universidade de Georgetown, Matthew Kavanagh, também criticou o governo Biden pela politização do rastreamento do vírus.

A pandemia de Covid-19 apenas será vencida com a cooperação de toda a humanidade. Porém, os Estados Unidos fazem manobras políticas e mancham a imagem de outras nações, para atender aos próprios interesses. É uma atitude que coloca em risco a colaboração global no combate à pandemia e uma irresponsabilidade com impactos para a população do planeta.

Tradução: Joaquina Hou

Revisão: Patrícia Comunello