Alta-comissária da ONU para Direitos Humanos critica racismo nos EUA e na Europa
A alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, e os representantes de vários Estados criticaram os países ocidentais pelo racismo e discriminação racial no 46º período ordinário de sessões do Conselho de Direitos Humanos realizada nesta sexta-feira (19) em Genebra, na Suíça.
No debate, Michelle Bachelet apresentou o relatório sobre a resolução da comissão em respeito ao caso da morte de George Floyd e da violência policial nos Estados Unidos, apontando que o julgamento teve início somente dez meses após a morte do homem negro. No entanto, o pior é que muitos casos de mortes de negros norte-americanos até agora não foram investigados e ouvidos no tribunal. As famílias das vítimas se sentem completamente incapazes perante a ignorância do governo no tratamento da questão de racismo existente no sistema judiciário.
Até hoje, incidentes de discriminação racial por parte de policiais continuam acontecendo contra afro-americanos, disse a alta-comissária. Ela salientou que o cerne do problema consiste no racismo sistêmico de toda a sociedade, apelando para que resolvam tais questões de desigualdade por meios sistemáticos e eliminem as discriminações nas áreas de moradia, educação, emprego e atendimento médico. “As raízes do racismo e da desigualdade, como a escravidão, o comércio transatlântico de escravos e os resquícios do colonialismo, devem ser dissolvidas completamente,” acentuou Bachelet.
Outros representantes de países como Camarões, Paquistão, Irã e Egito também manifestaram oposição ao racismo e à xenofobia, observando que a discriminação racial e a desigualdade se agravaram com a pandemia do novo coronavírus, especialmente aos afrodescendentes e muçulmanos na Finlândia, Reino Unido, Alemanha e Bélgica.
Tradução: Isabel Shi
Revisão: Gabriela Nascimento