Distribuição em Nova York de vacina contra COVID-19 mostra desigualdade racial, diz jornal

Quase metade dos residentes de Nova York que receberam a vacina contra COVID-19 é branca, mais que o dobro de qualquer grupo minoritário na cidade, de acordo com os dados divulgados pelas autoridades de saúde de Nova York no domingo.

Centenas de milhares de residentes de Nova York receberam a vacina desde dezembro, com os brancos respondendo por 48%. Os negros receberam 11% das doses, enquanto 15% foram para asiáticos, e outros 15%, para latinos na cidade, noticiou o Wall Street Journal na segunda-feira.

Os dados de vacinação da cidade estão incompletos. Até domingo, as autoridades não tinham informações demográficas de 40%, ou mais de 263 mil, dos que receberam a vacina, de acordo com o jornal.

"Ainda assim, isso ofereceu a imagem mais clara de quais raças e etnias estão recebendo a vacina e mostra que as comunidades vulneráveis estão obviamente subvacinadas", disse o jornal.

O prefeito Bill de Blasio disse que os dados destacam um "problema profundo" de desigualdade racial e da pandemia do coronavírus. A taxa de negros e latinos no total das mortes pela COVID-19 nos Estados Unidos foi mais de duas vezes a dos residentes brancos, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças.

"A disparidade é muito clara. Ela deve ser tratada com firmeza", disse de Blasio em uma entrevista coletiva realizada no domingo.

Muitos estados se comprometeram a garantir que os grupos minoritários mais atingidos tenham acesso igual ou prioritário à vacina. Em dezembro, o governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo, disse que os principais hospitais do estado estavam elaborando planos de vacinação que incluiriam parcerias com organizações comunitárias para garantir o alcance às comunidades negras, de acordo com o jornal.

Até tarde de domingo, as mortes por coronavírus em Nova York somavam 27.138, e os casos confirmados, 599.377, de acordo com o The City. Trata-se de um projeto que rastreia a disseminação de infecções confirmadas de COVID-19 e mortes nesta cidade, com base em informações do Departamento de Saúde e Higiene Mental da Cidade de Nova York, gabinete do governador, Projeto de Rastreamento de COVID e o Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas da Universidade Johns Hopkins.