Comentário: É contraditório os políticos australianos alegarem querer ganhar fortuna da China ao atacar o país
Falando de políticos que são hábeis em mudar de cara na política internacional, o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, está definitivamente entre os “melhores”. Depois de ter exigido desculpas da China pela publicação de uma caricatura sobre a matança de civis inocentes por soldados australianos no Afeganistão feita por um porta-voz da Chancelaria chinesa, Morrison mudou seu jeito de falar ao dizer que as relações sino-australianas são baseadas em benefícios mútuos.
Relembrando os dois anos desde a chegada ao poder de Morrison, ele adotou uma série de políticas especulativas. Por um lado, ele seguiu o ritmo dos Estados Unidos no domínio político, atacando frequentemente a China, por outro, queria aproveitar os dividendos do desenvolvimento da China no setor econômico. Como resultado, esse perigoso “passeio na corda bamba” inevitavelmente fez com que suas políticas pareçam emaranhadas e confusas, levando a Austrália a uma situação difícil de autocontenção.
Na verdade, as pessoas com olhos perspicazes podem ver que Morrison fez tudo só para obter ganhos políticos. Por trás disso, há fatores que se prendem à mentalidade de Guerra Fria e ao preconceito ideológico, bem como considerações para lisonjear os Estados Unidos e buscar interesses políticos próprios.
O jornal New York Times afirmou recentemente em um artigo que a razão pela qual a Austrália sempre lança questões atacando a soberania territorial da China é para mostrar seu valor aos Estados Unidos.
Os EUA, porém, será que realmente apreciam isso? O ex-diplomata australiano, Tony Kevin, apontou que a política de Morrison em relação à China privará o próprio país de seu mercado outrora estável, enquanto exportadores dos Estados Unidos e da Europa aproveitarão a oportunidade para preencher a lacuna. Ao mesmo tempo, usarão palavras doces para expressar seu apoio e simpatia à Austrália, "Mas, na verdade, estamos isolados e desamparados", disse o diplomata.
Na verdade, políticos como Morrison devem pensar cuidadosamente. Será que eles podem arcar com o custo de um impasse nas relações com a China? Vamos ver alguns dados.
Por muitos anos, a China foi o maior parceiro comercial da Austrália e o seu maior destino de exportação. De acordo com a Administração de Estatísticas da Austrália, as exportações australianas para a China representaram 38,2% do total nacional em 2019, e seu superávit comercial com a China aumentou 51,1%. Segundo uma análise de modelagem de economistas australianos, se o comércio China-Austrália for reduzido em 95%, o PIB da Austrália cairá 6%.
É precisamente devido ao fato da Austrália ter provocado repetidamente confrontos relacionados a interesses essenciais da China que as relações sino-australianas caíram drasticamente e a cooperação econômica e comercial encontrou obstáculos. Como um país que adere à abertura e ao desenvolvimento comum, a China sempre esteve comprometida com a cooperação de benefícios recíprocos com outros países, mas a premissa é o respeito mútuo e o tratamento igualitário. Quem dera políticos como Morrison não fingissem estar confusos sobre isso!
Tradução: Paula Chen
Revisão: Erasto Santo Cruz