Comentário: Será difícil para os EUA recuperarem relações com a Europa
A Administração de Serviços Gerais dos Estados Unidos declarou no dia 24 que o democrata Joe Biden é o aparente vencedor nas eleições presidenciais de 2020. No mesmo dia, Biden telefonou a líderes da União Europeia e da OTAN, manifestando a vontade de recuperar e aprofundar a parceria transatlântica.
No entanto, não será fácil para os EUA recuperarem o relacionamento com a Europa de forma tão confiável como antes devido às divergências entre os dois lados nos últimos anos, especialmente à espionagem norte-americana contra o Velho Continente.
A imprensa da Dinamarca revelou que entre 2015 e 2016 o país estava planejando comprar novos caças. A Agência de Segurança Nacional dos EUA aproveitou uma parceria especial de cooperação de inteligência para espionar importantes departamentos governamentais e empresas militares dinamarquesas. No final, a empresa norte-americana, Lockheed Martin Corporation, venceu a licitação.
Isso é apenas um exemplo de que os EUA procuram seus próprios interesses aproveitando a confiança de seus aliados. O jornalista Glenn Greenwald participou das reportagens do caso de Edward Snowden e disse que os EUA espionaram desde negociações sobre acordos econômicos, a Organização dos Estados Americanos, empresas petrolíferas, departamentos de energias, líderes de seus aliados até todos os cidadãos destes países.
A hegemonia e a arrogância dos EUA já decepcionaram seus aliados, e nos últimos anos, Washington insiste no unilateralismo e protecionismo. Os europeus já estão bem prudentes sobre as relações com o outro lado do Atlântico. O jornal alemão Sueddeutsche Zeitung comentou que, embora os EUA tenham mudado de presidente, as relações com a Europa não voltarão aos momentos felizes do passado. O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, fez uma previsão de que o novo líder norte-americano continuará pressionando a OTAN, especialmente nas despesas militares. O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, também acha que a Europa precisa de mais independência na atual situação internacional.
Por fim, a pandemia ainda está abalando os EUA. Isso será a questão mais importante e urgente para o novo governo norte-americano lidar. Por isso, Joe Biden talvez não tenha energia suficiente para melhorar as relações com a Europa.
Tradução: Luís Zhao
Revisão: Erasto Santos Cruz