Promessa da China restaura a ambição da ação climática global
O discurso do presidente chinês, Xi Jinping, na videoconferência comemorativa dos 75 anos da fundação da Organização das Nações Unidas chamou atenção da imprensa internacional.
O líder chinês enfatizou que o Acordo de Paris representa a direção geral da transformação global verde e de baixo carbono, descreve os passos mínimos a serem dados para proteger a Terra, nosso lar compartilhado, e todos os países devem tomar medidas decisivas para honrar este acordo. Segundo ele, o objetivo da China é ter o pico de emissões de C02 antes de 2030 e alcançar a neutralidade em carbono antes de 2060.
A AFP citou o comentário de Joeri Rogelj, especialista em clima do Colégio Imperial de Londres (Imperial College London), que a promessa da China é um momento de definição que restaura a ambição da ação climática global.
A vice-presidente do Instituto de Recursos do Mundo (The World Resources Institute), Helen Mountford, afirmou que o anúncio provocará ondas de choque positivas nos círculos diplomáticos e deve elevar a ambição pela ação climática de outros grandes emissores.
Laurence Tubiana, CEO da Fundação do Clima da Europa, participou da elaboração do Acordo de Paris. Ela disse que a Conferência da ONU sobre Alterações Climáticas será realizada em 2021. Os esforços nesta área feitos pela China, UE e vários países em desenvolvimento trazem confiança para todo o mundo.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leye, acolheu nesta quarta-feira (23) em redes sociais a promessa da China. Ela considera um passo importante no âmbito do Acordo de Paris para enfrentar as mudanças climáticas. Segundo Ursula, a UE vai cooperar com a China para realizá-la.
A Bloomberg enfatizou que “a China fez uma promessa antes dos EUA” em sua reportagem “a China venceu os EUA com uma promessa de neutralidade carbônica” (China Beat the U.S. to a Carbon Neutrality Pledge), e lembrou que os EUA é o país com maior emissão de C02 .
O Guardian do Reino Unido ressaltou que a decisão da China injetou nova força motriz para as ações climáticas após as danificações econômicas e sociais trazidas pela pandemia do novo coronavírus.
A Associated Press (AP) do EUA concluiu em sua reportagem que cerca de 30 países já fizeram as promessas de neutralidade em carbono, no entanto outros países com graves emissões de carbono, como os EUA, Índia e Austrália ainda não aderiram.
Tradução: Nina Niu
Edição: Diego Goulart