Chefe do FMI alerta países contra recuo da globalização

Fonte: Xinhua Published: 2020-06-11 17:09:57
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A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, pediu aos países que reconheçam a importância do comércio global em meio à pandemia da COVID-19 e que se protejam contra um "dramático recuo" da globalização.

Observando que a desigualdade tende a aumentar após uma pandemia, a chefe do FMI disse em um evento virtual realizado na terça-feira pela Câmara de Comércio dos EUA que "devemos colocar isso diretamente em nossa tela de radar e reconhecer a importância do comércio global em contribuir para menores custos, maiores rendas e menores níveis de pobreza".

"Depois dessa pandemia, haveria uma tendência natural de os países se virarem para dentro para construir a segurança da saúde e construir operações mais independentes", disse Georgieva. "Mas devemos nos proteger contra um recuo dramático da globalização."

Ela disse que 170 países - quase 90% do mundo - terão uma pior renda per capita até o final de 2020. "Nunca em nossa história vimos uma reversão tão tremenda de fortunas para muitos", observou.

Em meados de abril, o FMI projetou nas Perspectivas Econômicas Globais que a economia global estava a caminho de contrair 3% em 2020. Georgieva disse em maio que o credor multilateral "muito provavelmente" cortaria ainda mais as previsões de crescimento global, como a COVID-19 continua a varrer o mundo.

Observando que os governos implementaram medidas fiscais no valor total de US$ 9 trilhões em todo o mundo, Georgieva disse no evento virtual que as medidas maciças forneceram uma tábua de salvação para muitos negócios, chamando-as de "bem direcionadas e bem pensadas".

A chefe do FMI também observou que cerca de US$ 100 bilhões deixaram os mercados emergentes e países em desenvolvimento em março em meio à pandemia da COVID-19, três vezes mais do que durante a crise financeira global.

"Mas em abril e maio - graças a essa injeção maciça de liquidez nas economias avançadas - alguns mercados emergentes conseguiram voltar aos mercados e emitir títulos com rendimentos competitivos, com emissão total de cerca de US$ 77 bilhões", disse ela, acrescentando que isso é quase 3,5 vezes a mais que nos mesmos dois meses do ano passado.

A direitora-geral do FMI disse que cerca de 75% dos países estão se reabrindo e que agora é o momento de pensar cuidadosamente sobre o que virá a seguir.

"Acredito que devemos pensar em construir avante - e não em regredir - e em uma recuperação focada em uma grande transformação à medida que emergimos dessa crise excepcional", disse.

"Do lado do risco, sairemos desta crise com mais dívidas, deficit mais alto e - com toda a probabilidade - maior desemprego estrutural e níveis mais altos de pobreza", disse Georgieva, pedindo aos países que pensem cuidadosamente em como mitigar esses riscos com políticas econômicas corretas.

A crise, no entanto, também gera oportunidades em áreas como transformação digital, desenvolvimento verde e construção de sociedades mais justas, disse.

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