Protestos em massa nos EUA podem acelerar transmissão da COVID-19, alertam especialistas

Fonte: Xinhua Published: 2020-06-04 17:41:18
Share
Share this with Close
Messenger Messenger Pinterest LinkedIn

Enquanto dezenas de milhares de manifestantes continuam a ir às ruas em todos os Estados Unidos para protestar contra a morte de George Floyd, um afro-americano que morreu sob custódia da polícia na semana passada, especialistas em saúde alertaram que reuniões em massa podem acelerar a transmissão da COVID-19.

"Os encontros em massa ocorreram em muitos locais do país, resultando em contatos próximos e falta de distanciamento social. Embora muitos manifestantes usem máscaras, as chances de infecções pela COVID-19 aumentam tremendamente", disse à Xinhua na terça-feira Zhang Zuofeng, professor de epidemiologia e reitor associado de pesquisa da escola de saúde pública da Universidade da Califórnia, Los Angeles.

Muitos dos protestos do fim de semana culminaram em policiais disparando gás lacrimogêneo e usando spray de pimenta e manifestantes incendiando carros e edifícios. Fumaça, gás lacrimogêneo e spray de pimenta causam tosse, e tosse aerossoliza o vírus, aumentando o risco de sua propagação, disse Michael Osterholm, diretor do Centro de Pesquisa e Política de Doenças Infecciosas da Universidade de Minnesota.

De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, pelo menos um terço dos pacientes de COVID-19 são assintomáticos.

O risco de infecção é ainda maior quando manifestantes foram presos, disse Zhang à Xinhua.

"As prisões são espaços fechados lotados. A agregação de manifestantes nas prisões aumentará o risco de transmissão do vírus", disse Zhang.

Mais de 5.600 pessoas foram presas durante dias de protestos em todo o país, de acordo com a Associated Press.

Na segunda-feira, prefeitos e governadores de todo o país pediram aos manifestantes que ficassem em casa, e se eles saírem, usassem uma máscara facial e mantivessem o distanciamento social.

Embora funcionários do governo tenham alertado os manifestantes sobre os riscos à saúde representados por protestos durante uma pandemia, apenas alguns ofereceram orientação viável sobre o papel que os testes COVID-19 podem desempenhar em evitar a disseminação do vírus, disse uma reportagem da ABC News.

Como a maioria das pessoas infectadas pelo coronavírus desenvolvem sintomas dentro de 14 dias após serem infectadas e podem espalhar a doença dias antes de se sentirem doentes, a janela para fazer o teste e evitar infectar outras pessoas é pequena.

"O impacto dos atuais protestos nas contagens de casos COVID-19 pode ser revelado em cerca de duas semanas. Alguns locais de testes foram fechados devido a manifestações, o que também afeta o diagnóstico oportuno de casos COVID-19", disse Zhang.

Os protestos pela morte de Floyd entraram no oitavo dia nos Estados Unidos na terça-feira, com incidentes de incêndio criminoso, vandalismo e saques ocorrendo em vários lugares. Cidades e estados, incluindo Califórnia, Distrito de Columbia, Nova York e Cleveland, prolongaram o toque de recolher.

Share

Mais Populares

Galeria de Fotos

Artesanatos decorados com fios de ouro de 0,2mm
Artesão de Hainan produz instrumento musical com cocos
Artista polonês constrói uma casa em formato de chaleira
Escola primária em Changxing comemora o Dia Mundial da Terra
Vamos proteger a Terra com ações práticas
Terras abandonadas são transformadas em parque de chá em Yingshan na província de Sichuan

Notícias

Equipe médica chinesa oferece consultas médicas gratuitas em São Tomé e Príncipe
Comentário: Destino de Assange revela a realidade da “liberdade do estilo norte-americano”
Dia Internacional da Língua Chinesa é celebrado em São Tomé e Príncipe
Investimento estrangeiro na China mantém crescimento no primeiro trimestre em 2022
Explosões no Afeganistão deixam pelo menos 34 mortos e 102 feridos
China faz importantes contribuições para transformação digital, diz ex-ministro brasileiro