Opinião: Não se deve confundir região de surto e origem de epidemia

Published: 2020-05-21 20:47:51
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O filósofo Platão escreveu uma alegoria na sua obra República. Um grupo de prisioneiros virou as costas para uma caverna. Havia um fogo atrás deles. Os prisioneiros não podiam olhar para trás. Tudo o que podiam ver era a sombra refletida na parede de pedra. Tudo o que podiam ouvir era o barulho externo. Eles pensavam que o que viam e ouviam eram "toda a verdade". Quando um homem se libertou dos grilhões e se virou para ver o fogo, ele percebeu que a sombra na parede era apenas uma aparência, e o fogo era a verdadeira essência das coisas. Quando ele saiu da caverna e viu o sol e o mundo inteiro, percebeu a superficialidade de antes. Infelizmente, quando essa pessoa retornou à caverna e tentou contar aos companheiros o que viu e ouviu, ele foi considerado louco e mentiroso.

A situação do COVID-19 é muito parecida com a “alegoria da caverna”. Quando muitos países ainda estavam reportando a disseminação ampla da influenza em 2019, a China foi o primeiro a relatar à Organização Mundial da Saúde a epidemia do novo coronavírus na cidade de Wuhan. Conforme um relatório divulgado no início de fevereiro do Centro para o Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, 19 milhões de cidadãos do país se contagiaram pela gripe naquela temporada da doença, e pelo menos 10 mil pessoas morreram.

A China compartilhou seus dados e experiências sobre a pandemia do novo coronavírus com outros países, mas os EUA e alguns países europeus não tomaram isso com seriedade e consideraram que era apenas uma gripe um pouco mais forte. Eles só se atentaram para o fato de que a taxa letal da epidemia no país não era alta, mas não perceberam os enormes esforços do governo e do povo chinês para controlar a epidemia.

Já quando a pandemia evoluiu de forma mais grave do que o imaginado pelo governo norte-americano, alguns políticos do país começaram a confundir os conceitos de região de surto e origem da pandemia, com o objetivo de levar a China para assumir a culpa. Dando uma olhada retrospectiva sobre as principais pandemias mundiais na história, a região de surto e a origem das doenças epidêmicas são frequentemente diferentes. Por exemplo, uma epidemia gripal surgiu em um acampamento militar no Texas, dos EUA, em 1918. Porém, por motivos militares, os EUA não publicaram essa epidemia. A doença se alastrou à Europa por soldados norte-americanos e varreu todo o continente. Foi a Espanha que reportou primeiro a situação. Por isso, essa pandemia passou a ser nomeada como “pandemia de gripe espanhola”.

De fato, a verificação da origem de uma epidemia não tem o objetivo de culpar alguém, mas rastrear a trajetória do começo e a evolução da doença para realizar estudos sobre ela. Entretanto, alguns políticos norte-americanos com má intenção ainda estão enganando o mundo com aparências, com o objetivo de tentar fazer a China pagar pela fraca prevenção e controle do surto nos EUA.

A origem epidêmica é uma questão científica, mas ela se tornou politizada com a manipulação de políticos norte-americanos. O novo coronavírus é um inimigo comum de toda a humanidade e seu controle é a nossa tarefa comum. Precisamos da cooperação e ação conjunta internacional para combatê-lo.

Tradução: Paula Chen

Revisão: Erasto Santo Cruz

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