Desmatamento na Amazônia brasileira em abril foi o maior para o mês em 10 anos
O desmatamento na Amazônia brasileira em abril foi o maior para o mês nos últimos dez anos, com 529 quilômetros quadrados de floresta derrubada, o que representa um aumento de 171% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira.
Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que não é ligado ao governo.
Segundo o Imazon, os dados mostram que 60% da perda de floresta ocorreu em áreas privadas, enquanto 22% foi registrado em áreas de preservação, 15% em zonas de assentamento e 3% em territórios indígenas.
O estado do Pará (norte) concentrou 32% de toda a área desmatada em abril, seguido por Mato Grosso (centro-oeste), com 26%, Rondônia (norte), com 19% e Amazonas (norte), com 18%.
A perda de floresta ocorre em meio a um contexto de isolamento social recomendado pelos governos regionais para evitar a disseminação da pandemia do novo coronavírus (COVID-19).
O Imazon alertou para o desmatamento em terras indígenas, já que os satélites indicaram que o território Yanomani, situado entre os estados de Roraima e Amazonas, foi o segundo que mais perdeu vegetação em abril e reforçou que essa população está entre as mais vulneráveis à COVID-19.
No acumulado do ano, o Imazon detectou que a poda de árvores na Amazônia brasileira chegou até 1.073 quilômetros quadrados, um crescimento de 133% em comparação com os primeiros quatro meses de 2019.