Entrevista com Ronnie Lins, diretor do Centro China-Brasil

Fonte: CRI Published: 2020-04-29 15:10:25
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O diretor do Centro China-Brasil: Pesquisa e Negócios, Ronnie Lins, concedeu dia 27 de abril uma entrevista ao Grupo de Mídia da China, explanando suas opiniões sobre a politização da pandemia entre outras questões.

1. A China participa positivamente da cooperação internacional contra a pandemia. Quando o país obteve uma melhora da situação, começou a enviar materiais e equipes médicas de especialistas a outros países e a compartilha suas experiências. Poderia avaliar a importância da cooperação internacional e os esforços chineses para este fim?

A China está tendo um comportamento muito importante no contexto mundial no combate contra o novo coronavírus. Apesar de ter sofrido efeitos significativos desse terrível inimigo, pôde avançar no combate com patriotismo, planejamento, disciplina e determinação.

Obviamente não há como negar,que muitos setores da economia chinesa foram afetados. Isso reduziu a produção e a oferta mundial de muitos produtos necessários para atender a potencial demanda nesse período do combate ao coronavírus.

Felizmente, a China já está chegando à sua normalidade econômica. Com isso, o fluxo de produção de equipamentos e a normalidade da logística comercial permitirá que a China agora possa ajudar rapidamente outros países.

Além disso, a China tem grande experiência no combate dessa pandemia e está disponibilizando informações técnicas, envio de profissionais da saúde e outros tipos de ajuda aos países que estão passando por graves necessidades.

1. Qual sua opinião sobre o unilateralismo adotado por alguns países no contexto da disseminação do novo coronavírus no mundo todo?

O unilateralismo é uma das práticas mais egoístas para a preservação de interesses pessoais, onde os protagonistas se protegem em suas “zonas de conforto”.

Num mundo globalizado, pandemias como Coronavirus, Sars, Ebola, dentre outros, são disseminadas através das atuais facilidades logísticas e do relacionamento global. Por isso, não existe como enfrentar desafios globais sem respostas igualmente globais.

O coronavírus não discrimina etnia, cor, poder econômico ou qualquer outro atributo que possa permitir que determinada classe de pessoas possa estar mais segura do que outras.

Por isso, a cooperação internacional é fundamental para garantir respostas multilaterais com o objetivo de enfrentar problemas e desenvolver soluções conjuntas.

2. Qual sua opinião sobre a politização do vírus?

Existe uma série de opiniões em vários países sobre o novo coronavírus que afetam a real situação da relação de causas e efeitos.

Isso porque muitos líderes ou órgãos de seus países misturam assuntos de interesses políticos ou comerciais com os trágicos acontecimentos e óbitos relacionadas à pandemia.

Muitos países não realizaram uma gestão adequada à pandemia e agora tentam mudar o foco da situação para que não sejam responsabilizados politicamente no futuro.

O vírus atinge qualquer um, independentemente do local ou de qualquer outra característica intrínseca que o paciente possua. Então, o que se deve realizar é um planejamento consistente e efetuar medidas concretas e eficazes.

As populações dos países saberão distinguir a eficiência de seus líderes no combate real à pandemia de tentativas de mudança de foco de potenciais erros que foram cometidos durante o processo viral.

3. Como você comenta o conceito de que a China deve compensar o mundo pela pandemia?

Na minha opinião, isso é uma tentativa de denegrir a imagem da China no mundo em função da existência de uma guerra econômica, principalmente na área tecnológica. A China nos últimos anos, tem dominado vários mercados, que agora os concorrentes tentam retomar através de ações de todo o tipo.

Todos sabem que pandemias ocorreram ao longo da história, através de animais hospedeiros, que contaminam os seres humanos. Em nenhum caso ocorreu alguma iniciativa de responsabilizar algum país em relação a isso. Até porque são coisas relacionadas a humanidade.

Finalmente, ações como essas não possuem respaldo legal e muito menos alguma instância com poderes para julgar algo desse tipo. Trata-se de iniciativas com intenções escusas.

4. O que você acha do papel da OMS na luta global contra a epidemia?

A OMS é uma instituição de muita importância no contexto mundial. Sua atuação abrange mais de 150 países. Ela representa uma liderança internacional em assuntos críticos para a saúde pública. Além disso, articula pesquisas na área sanitária, estabelece normas e padrões internacionais de saúde e apoia a criação e disseminação de conhecimentos fundamentais para as nações.

Essas informações são de suma importância para indução de políticas governamentais na saúde em cada país. Nesse momento, a OMS prioritariamente trabalha para ajudar no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.

Entretanto, uma instituição dessa importância carece de recursos para manter o alto nível dos seus quadros de técnicos. Isso para exercer pesquisas e demais ações de aprimoramento da saúde mundial.

Infelizmente, alguns países não reconhecem esse magnífico trabalho e ameaçam reduzir suas contribuições para o órgão, e isso exatamente quando o mundo precisa se unir para combater esse terrível inimigo chamado novo coronavírus. Ainda bem que no mundo, não são todos os países que pensam assim. Por exemplo, a China afirmou que irá duplicar sua contribuição para a OMS.

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