Brasil vive dia de manifestações contra o bloqueio de recursos para a educação
Milhares de estudantes, professores e funcionários da área da educação pública e privada saíram às ruas de todo o país nesta quarta-feira para protestar contra o bloqueio de recursos para a educação anunciado pelo Ministério da Educação.
Foi a primeira grande onda de manifestações durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, iniciado em 1º de janeiro passado. Segundo informou o portal de notícias G1, houve paralisações em universidades e escolas.
Em Dallas, Estados Unidos, aonde chegou nesta quarta-feira para receber uma homenagem da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, Bolsonaro declarou que não gostaria de contingenciar verbas, em especial para a educação e, embora tenha considerado as manifestações como algo "natural", classificou os manifestantes de "idiotas úteis" e "imbecis".
Enquanto os protestos se realizavam, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, convocado pela Câmara dos Deputados a prestar esclarecimentos sobre o corte dos recursos no setor, afirmou aos parlamentares que a culpa pelo bloqueio de 30% dos gastos nas universidades federais é dos governos anteriores e que o governo atual não pode ser acusado pelos problemas.
"Nós não somos responsáveis pelo congelamento atual. Quem fez o orçamento atual foi o governo eleito de Dilma Rousseff e Michel Temer. Não somos responsáveis pelo desastre da educação. O sonho das pessoas é colocar os filhos na educação privada, não na pública", declarou durante a audiência de seis horas, realizada em meio a acaloradas discussões e críticas.
Convocado para falar sobre os bloqueios no orçamento das universidades, Weintraub afirmou que o ensino superior é uma área onde o país "está, entre aspas, bem".
"Não estou querendo diminuir o ensino superior. Ao que a gente se propõe? Cumprir o plano de governo que foi apresentado. Prioridade é ensino básico, fundamental, técnico", afirmou, destacando que não há um corte de recursos, mas que o governo, apenas, "está obedecendo à lei".