Comentário: nulidade do Tratado INF aumenta riscos de segurança mundial
À medida em que os EUA declararam que haviam terminado os seis meses de procedimento de se retirarem do Tratado INF, o documento tornou-se inválido a partir de hoje (2). A ação dos EUA mostra seu unilateralismo e hegemonismo e certamente reduzirá a confiança estratégica mútua entre os países e agravará as corridas armamentistas entre as regiões em foco, trazendo novos riscos para os padrões de segurança mundial estabelecidos.
O Tratado INF é considerado o acordo de controle de armamento de maior sucesso alcançado durante a Guerra Fria e contribuiu para a coordenação do equilíbrio estratégico entre os EUA e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, a redução dos riscos de confronto e a prevenção da proliferação nuclear.
O Tratado INF é sempre um foco do jogo estratégico entre os EUA e a Rússia. Devido às políticas de segurança exterior adotadas pelo novo governo norte-americano, a contradição sobre o tratado entre os dois países se destacou. Em fevereiro, os EUA suspenderam seu cumprimento do documento, afirmando que a Rússia violou os regulamentos primeiro e iniciaram o procedimento de seis meses para retirarem-se do tratado. Como resposta, o presidente russo assinou uma ordem em março e também parou a implementação do documento.
No entanto, a intenção dos EUA é romper com as restrições do atual mecanismo de segurança internacional e abrir um caminho para o fortalecimento da sua disposição militar, mostrando sua lógica de hegemonismo que persegue a absoluta dissuasão militar no mundo. Sem dúvida, a retirada unilateral dos EUA danificará multiplamente a situação da segurança global. A saída prejudicará ainda mais as relações entre os dois Estados, fará com que a Europa enfrente um maior risco de segurança, além de complicar os padrões de segurança no eixo Ásia-Pacífico.
Depois de ficar ciente da decisão dos EUA, a China deseja sempre que os dois países envolvidos possam defender o documento através da comunicação e do diálogo. Os EUA repetidamente têm tentado puxar a China para dentro do assunto, porém, a China mostra uma oposição firme e clara, e acredita que como a maior potência em armas nucleares, os EUA assumem reponsabilidades especiais e prioritárias no desarmamento nuclear. Eles devem cumprir os atuais tratados e reduzir significativamente as armas nucleares, a fim de não colocarem sua culpa em outros países e criarem condições para outras nações participarem das negociações sobre o desarmamento nuclear.
A China adere à política defensiva da defesa nacional. De acordo com o recém-publicado Livro Branco da Defesa Nacional da China, o país adota uma política de não usar primeiro as armas nucleares em qualquer momento e sob qualquer circunstância e mantém sempre sua força nuclear no nível mais baixo exigido pela segurança nacional. A China não está disposta a se envolver em nenhuma corrida armamentista, mas uma vez que o ambiente de segurança externa se deteriorar, tomará as medidas necessárias para proteger efetivamente seus interesses.