Especialistas brasileiros esperam consenso no multilateralismo no G20
A 14ª reunião da cúpula do G20 irá ocorrer nos dias 28 e 29 de junho de 2019 em Osaka, Japão. Na véspera desse evento, os especialistas brasileiros afirmaram em uma entrevista para o Grupo de Mídia da China que os países do G20 devem enfrentar os novos desafios e aproveitar as novas oportunidades, além de apoiar o multilateralismo.
O diretor do Centro de Pesquisa da China no Brasil, Ronnie Lins, disse que a China tem apoiado firmemente o multilateralismo. Ele espera que os outros países percebam a sua importância.
“O multilateralismo é o sistema mais apropriado para o atual e novo contexto comercial. Porque será muito difícil que os países possam ter bons resultados econômicos praticando políticas protecionistas. [...] Eu espero que outros países do G20, que ainda não estão conscientes disso, possam fazê-lo o mais rapidamente possível, para que o mundo tenha melhores condições de resolver seus problemas econômicos e sociais globais.”
Ronnie Lins enfatizou que a cúpula vai oferecer uma oportunidade ao agravamento dos atritos comerciais entre a China e os EUA.
“Num ambiente globalizado, políticas protecionistas afetam todo mundo. Não será uma imposição de qualquer país que se resolverá algum impasse. A China e os EUA têm a grande responsabilidade em relação à estabilidade mundial. Por isso, devem aproveitar o evento para discutir pacificamente como ambos poderão chegar numa posição comercial confortável e não prejudicar o resto do mundo.”
O professor adjunto do Departamento de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Maurício Santoro, afirmou que a iniciativa Cinturão e Rota da China é apresentada há mais de cinco anos. Segundo ele, tendo como objetivo realizar o benefício mútuo, a iniciativa dá ênfase à construção de infraestrutura, o que oferece muitas oportunidades aos países latinos.
“O Brasil não investe o suficiente há mais de 40 anos na área de infraestrutura. O país precisa modernizar portos e construir ferrovias. [...] Sobretudo na questão de facilitar o transporte de minerais, soja e petróleo, produtos que os latinos americanos mais exportam para os chineses. O desafio é tornar o Cinturão e Rota mais conhecido da sociedade e região, e em especial dos empresários. Ainda há grande desconhecimento sobre o projeto e como ele pode beneficiar a América Latina.”
Ronnie Lins também acredita que a construção de Cinturão e Rota é uma das medidas mais abrangentes para o desenvolvimento global. Esta iniciativa pode promover um ao outro com o mecanismo de cooperação do G20 e fomentar o desenvolvimento econômico global.
“O G20 e o Cinturão e Rota têm muitos objetivos comuns para melhorar as condições econômicas globais. Criar maior estabilidade financeira e proporcionar políticas comuns para erradicar a pobreza e a desigualdade social no mundo. Eu espero que aproveitem esses momentos [...] e articulem melhor a política global para que possam contribuir para resolver essas grandes questões mundiais.”