Comentário: China reage com medidas subtanciais contra tarifas dos EUA
O Ministério chinês do Comércio anunciou nesta sexta-feira (31) que estebelece, conforme a lei da China, um "sistema de entidade não confiável", no qual serão incluídos as empresas e indivíduos estrangeiros que não respeitem as regras do mercado, violem os contratos ou bloqueiem as empresas chinesas por motivo não comercial. As medidas concretas serão divulgadas nos próximos dias.
Trata-se de uma contra-medida forçada para responder a atuação dos Estados Unidos, que incluem, infundadamente, várias empresas chinesas na lista de entidade (entity list). O mundo não deve se surpreender com a reação da China em defender os seus próprios direitos e interesses legítimos.
Sendo a parte obrigada a reagir nesta guerra comercial, a China tem sustentado a postura de "não querer uma disputa, mas ao mesmo tempo, não ter medo de confrontos e de lutar se necessário." Perante os truques duros de Washington, a China está preparada para dar uma resposta efetiva.
Durante o ano passado, a China demonstrou muita sinceridade e esforço, e promoveu, com base nos princípios do respeito mútuo, igualdade e benefícios recíprocos, onze rodadas de consulta comercial de alto nível com os norte-americanos, obtendo resultados positivos. No entanto, os norte-americanos voltaram a quebrar os compromissos e aumentaram novamente as tarifas. Até mesmo com a ausência de provas paralisaram o suprimento de produtos das empresas chinesas com poder federal, visando impor pressão extrema à China.
Se quiserem negociar, negociem com seriedade, mas se quiserem nos confrontar, então preparem-se para o confronto. Já que os Estados Unidos não mostram nenhuma sinceridade e apenas agem com ameaças, a China não tem outra escolha a não se lutar frente à frente até o fim.
A partir de 1º de junho, o país aumentará as tarifas de 25%, 20% ou 10% respectivamente para as mercadorias norte-americanas no valor de US$ 60 bilhões. Alerta ainda que não usará os produtos de terras raras exportados pela China para reprimir o seu desenvolvimento. Com o anúncio de hoje sobre a criação da lista de entidades não confiáveis, a China lança uma série de medidas coordenadas como um firme contra-ataque.
O ex-presidente norte-americano, Jimmy Carter, comentou que os Estados Unidos é a nação mais beligerante do mundo. Porém, a China não gasta uma moeda nos campos de batalha e aproveita os recursos na construção de ferrovias. Na verdade, os chineses amam a paz e são pessoas racionais e conscientes de que na guerra não existe vencedor.
Para a China, a contra-medida não é o objetivo, mas sim um meio para convencer os Estados Unidos da importância da cooperação. As práticas já provam que a introdução de tarifas prejudica ambos os interesses e desfavorece a todos. O corte da cadeia industrial vai, decerto, afetar o progresso tecnológico de todo o mundo. Somente a cooperação consiste como opção única e correta, tanto para China quanto para os Estados Unidos. A China está sempre disposta às negociações para resolver os atritos comerciais.