Chineses constroem corredor de energia no Brasil
Apesar da chegada do ano novo chinês, um grupo de profissionais da Power Construction Corporation of China (POWERCHINA) continua trabalhando no Brasil. Responsáveis pela construção do corredor de energia norte-sul do país, eles cooperaram com os empregados locais para superar as dificuldades naturais, completando a Fase II das Linhas de Transmissão Teles Pires (conhecida como Projeto TP Fase II) com quase dois meses de antecedência em relação ao previsto.
“Deve-se usar o protetor de perna no canteiro de obras. Ao chegarmos aqui pela primeira vez, achávamos que era inútil. Mais tarde, os brasileiros nos enviaram fotos mostrando uma cobra venenosa mordendo o protetor. Sem ele, a cobra pode morder diretamente a nossa perna.”
Este é o aviso que o vice-gerente da parte C2 do Projeto TP Fase II, Shi Shixiao, fez antes de entrar na floresta, que fica no estado de Mato Grosso. Capacetes de segurança, calçados de proteção especiais e protetores de perna são necessários no canteiro de obras. Ao abrir um caminho pelas matas e pântanos, os profissionais precisam, ter um facão no carro para se protegerem de animais selvagens. Pela mata, muitas vezes usam galhos para espantar as cobras. O local demanda cuidado e atenção daqueles que adentram. Além disso, deve-se aplicar protetor solar e usar máscara durante todo o ano.
"Tomamos muito sol ao trabalhar ao ar livre. Se não usamos chapéu, podemos sofrer queimaduras em meia hora. Estamos bastante bronzeados agora.”
Cruzando o estado de Mato Grosso, o Projeto TP Fase II é um canal importante para a distribuição de energia limpa produzida pela Usina Hidrelétrica Teles Pires. Como uma parte essencial do corredor de energia norte-sul do Brasil, ele atende à demanda anual por eletricidade de oito milhões de pessoas. Segundo Shi Shixiao, o projeto atravessa matas virgens, trechos montanhosos, pântanos, além de fazendas e pastagens. As complexas condições naturais e sociais, bem como a falta de recursos, são grandes desafios para o projeto. A época de chuvas é também um grande obstáculo para a construção. O engenheiro especial do projeto, Zhao Xiangwei, explicou as razões.
"As chuvas intensas duram de novembro a março do ano seguinte no Brasil. Para chegar no canteiro de obras, precisamos construir estradas temporárias, cruzando matas virgens e fazendas. Temos, portanto, problemas de solo. Por exemplo, as estradas nas fazendas estão cheias de lama em um dia chuvoso, por causa do solo relativamente macio. Um pântano, por sua vez, pode acumular água de cerca de 10 a 50 cm de profundidade. "
Muitos dos profissionais chineses têm que ficar no Brasil durante a Festa da Primavera. Shi Shixiao disse que esta é uma outra forma de passar o ano novo.
"Estamos acostumados com isso, não é tão difícil como o esperado. Sem dúvida sentimos saudades de casa nas vésperas do ano novo. Felizmente, o projeto leva só um ou dois anos. Também achamos bem legal celebrar o ano novo no exterior com os colegas. ”
A véspera da Festa da Primavera deste ano é um dia de trabalho. Devido à diferença de fuso horário, é impossível para os profissionais assistirem à Gala de Ano Novo da CCTV simultaneamente com seus familiares. Apesar disso, Zhao Xiangwei disse que eles celebram a festa a sua maneira.
"Embora o ano novo chinês tenha algumas diferenças no exterior, para criar um clima festivo, os líderes também nos reúnem para repetir os costumes tradicionais da festa, como colar versos, pendurar lanternas, preparar jiaozi e jantar juntos. "
Tradução: André Hu
Revisão: Layanna Azevedo