Comentário: Uma chave para compreender melhor a China
Uma das perplexidades que os chineses costumam enfrentar nos contatos com estrangeiros é falta de conhecimento quanto à cultura milenar, até provocando mal entendidos e interpretações erradas. Já o mundo exterior, em particular os países ocidentais, também sente um pouco de dificuldade de compreender a China apesar da grande curiosidade sobre seu desenvolvimento e políticas. No âmbito do Fórum Econômico Mundial realizado em Davos, o vice-presidente chinês, Wang Qishan, formulou uma ideia para tirar essa dúvida, apontando que a história, cultura e filosofia constituem uma chave para entender melhor a China.
Em outras palavras, é preciso levar em conta a história, cultura e filosofia da China para conhecer e avaliar seu desenvolvimento e desempenho.
O antigo líder chinês, Deng Xiaopeng, falou que só o desenvolvimento é necessidade absoluta. O atual presidente do país, Xi Jinping, também considera o desenvolvimento como façanha eterna da sociedade humana. A China tem enfatizado o desenvolvimento da economia e a melhoria do bem-estar do povo. Com base nisso, tem adotado uma série de políticas socioeconômicas para promover a reforma e o desenvolvimento do país. Em 1978, o Produto Interno Bruto da China era inferior a U$150 bilhões, enquanto, em 2018, o volume atingiu US$13,6 trilhões. Embora muitos fatores sejam atribuídos a este êxito, um motivo importante reside no conceito tradicional chinês, o qual valoriza que pessoas são fundamento da nação e decidem sua estabilidade.
Isso explica porque a China conseguiu livrar da pobreza mais de 800 milhões de pessoas, alcançando uma iniciativa sem precedentes. Segundo um relatório elaborado pela empresa norte-americana Edelman que estuda a confiança no governo, a aprovação dos chineses pelo governo chegou a 86%, se colocando no primeiro lugar do ranking mundial.
Ao tratar assuntos exteriores, a China propõe um novo modelo das relações internacionais e uma conotação de equilíbrio entre justiça e interesse. A visão concentra-se na cooperação e benefício mútuo em oposição ao confronto e jogo de soma zero. De fato, a ideia origina-se dos pensamentos milenares da China, tais como “homem ajuda outros para melhorar a si mesmo” e “quem tem boa vida ajuda outros a ter boa vida”. A ideologia chinesa é bem diferente das filosofias políticas ocidentais que alegam interesses eternos
Nos últimos cinco anos, a China empenhou-se em impulsionar a construção do Cinturão e Rota, ação interpretada como um desafio contra ordem internacional dominada pelos países ocidentais. Nesta nova era de globalização, a pobreza consiste no maior inimigo de toda humanidade. A China, sendo maior país em desenvolvimento e a segunda maior economia do mundo, está disposta a compartilhar as experiências e resultados do desenvolvimento para que todos alcancem a prosperidade.
Conforme estimativas da companhia de seguros Euler Hermes, o comércio global relativo à iniciativa Cinturão e Rota pode aumentar US$117 milhões em 2019. No cenário em que a economia mundial desacelera o ritmo de expansão, a China faz sua contribuição notável para alavancar o crescimento global.
No palco de Davos, Wang Qishan apontou que a China já procura um caminho adequado de desenvolvimento que corresponde a própria situação . Ele comprometeu que o país continua melhorando o socialismo com características chinesas no processo de reforma e abertura.
Há 600 anos, Zhenghe conduziu uma frota e navegou até oceano Índio. Naquele tempo, a China gozava de tecnologias e forças militares avançadas, mas nunca colonizou nenhum país. O vice-presidente chinês discursou que o passado, o presente e o futuro são interligados e para compreender a realidade da China, deve-se conhecer a história chinesa e irá prever seu futuro.
Comentarista: Xu Qinduo
Tradução: Isabel Shi
Revisão: Diego Goulart