Três fatores contribuem para pouso de Chang’e-4 no lado oculto da Lua
Às 10h26 de 3 de janeiro, (horário de Beijing), a sonda chinesa Chang’e-4 pousou com sucesso na zona de pouso pré-selecionada da parte de trás da Lua, (45°5′S, 177°6′E) e mandou de volta a primeira imagem da face oculta da Lua. O satélite de comunicação "Que Qiao", o motor de empuxo variável de 7500 N e o pouso suave são considerados os três fatores-chave para esse sucesso.
O designer-chefe do sistema do detector, Sun Zezhou, revelou que o veículo está funcionando bem e cumprirá várias tarefas.
"Este pouso tem boa precisão, incluindo sua hora e posição. A postura de pouso também é muito boa. Isso ajudará o lançamento do rover lunar. Agora, tudo corre tão bem quanto o esperado. A seguir, alguns dispositivos precisam ser desligados e outros precisam ser desbloqueados. O próximo passo mais importante é o lançamento do rover lunar. "
A sonda Chang’e-4 aterrissou na Bacia de Aitken, que tem cerca de 2.500 quilômetros de diâmetro e 12 quilômetros de profundidade. Os cientistas acreditam que a parte de trás da Lua é mais antiga que sua frente. O designer-chefe do projeto de exploração lunar chinesa e acadêmico da Academia Chinesa de Engenharia, Wu Weiren, explicou a razão do pouso nessa bacia.
"A bacia de Aitken, segundo os cientistas, é provavelmente a maior bacia do sistema solar atualmente descoberta, além de ser a mais profunda. Acredita-se que ela foi formada pela Grande Expansão do universo, ou pelo choque de pequenos corpos celestes. A bacia possui um alto valor científico, por isso a escolhemos como o ponto de pouso."
A sonda capturou e mandou de volta a imagem do lado oculto da Lua. Esta é a primeira foto tirada pelo detector humano na parte de trás do astro. Wu Weiren revelou que o próximo passo será detectar e pesquisar essa parte.
“Essa é a primeira visita de seres humanos à parte de trás da Lua. Concluímos um pouso seguro e uma patrulha certa. A nossa capacidade de exploração lunar foi consideravelmente reforçada. Basicamente, podemos chegar em qualquer lugar da Lua, não apenas na parte de trás ou na parte da frente, como também a Antártica e o Ártico. Esta é a 'capacidade de alcance completo'. Dessa forma, podemos entender como é a topografia do ponto de aterrissagem e a estrutura geológica daquela zona. Também conheceremos a composição mineral do astro."
Tradução: André Hu
Edição: Keila Cândido