Comentário: Cúpula do G-20 entrará no “horário argentino”

Published: 2018-11-29 20:37:01
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Perante o atual panorama internacional, marcado pela estagnação econômica, crescentes incertezas e riscos na economia, além do impacto do unilateralismo, protecionismo e pensamento anti-globalização sobre a ordem internacional, poderá a Cúpula retomar o seu papel de coordenação e orientação, como há dez anos atrás quando foi criada?

De acordo com o site Arabnews, sediado em Jeddah, na Arábia Saudita, a Cúpula do G20 na Argentina pode ser a edição mais importante da Cúpula desde a reunião de Londres em 2009, que teve como missão a solução da crise financeira internacional.

O coordenador dos assuntos do G-20 da Austrália, David Gruen, no entanto, está pessimista, pois segundo ele “não estamos vivendo mais num mundo onde todos os principais países reconhecem os acordos e entidades multilaterais, como o Acordo de Paris, a Meta de Desenvolvimento Sustentável e a Organização Mundial do Comércio”. Mesmo assim, Gruen ainda nutre a esperança de que a Cúpula do G-20 será eficaz.

As pessoas lembram-se ainda das estratégias utilizadas para combater a crise financeira internacional de 2008. O Fundo Monetário Internacional (FMI) baixou a perspectiva de crescimento econômico em 2009 de 3,8% para 1,3%. Para resgatar a economia mundial, os países do G-20 adotaram políticas fiscais de incentivo, e conseguiram um aumento de US$235 bilhões de empréstimos, evitando com sucesso a contaminação da política “Beggar thy Neighbor”, medida implementada a custo da economia do país parceiro comercial, assim como a expansão do protecionismo. A Cúpula do G-20, criada inicialmente para reagir à crise financeira, se tornou o principal fórum de cooperação econômica mundial.

O sucesso do G-20 na solução da então crise se deve à ampla representatividade dos países membros, à sua coordenação ativa nas políticas macroeconômicas e à ação pragmática de cooperação aberta. Os membros do Grupo incluem cinco países permanentes do Conselho de Segurança da ONU, países do BRICS e do Grupo dos Sete. Entre as três edições da Cúpula do G20 entre 2008 e 2009, os países membros, enquanto buscavam os próprios interesses, sempre atenderam também aos interesses dos outros.

Sendo o maior país em desenvolvimento e membro do G-20, a China desempenhou um papel importante na solução da crise financeira de 2008. Por um lado, o país se empenhou para que a economia doméstica não tivesse grandes flutuações, e por outro, apostou na abertura do mercado. Em 2009, a taxa de crescimento dos mercados emergentes foi apenas de 2,75%. Porém, a cifra saltou para 7,6% em 2010. Também no mesmo ano, o PIB chinês registrou uma alta de 10,4%, contribuindo para mais da metade do crescimento econômico mundial daquele ano.

Desde o anos de 2013, o presidente chinês, Xi Jinping, já participou de cinco edições da Cúpula do G-20. Ele sempre clamou pela “economia mundial aberta” e a “oposição ao protecionismo comercial e de investimento”.

Ao dar uma perspectiva à década passada do G-20, sentimos mais do que nunca a necessidade de uma ação pragmática de cooperação coordenadora, e um espírito de parceria de benefício recíproco.

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