Suécia fica mais longe da “utopia” com impactos de extrema direita

Fonte: CRI Published: 2018-09-26 20:47:52
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Na moção de confiança realizada nesta terça-feira (25) no Parlamento sueco, o primeiro-ministro do país, Stefan Lofven, foi destituído do cargo em consequência de oposição da maior parte dos parlamentares. Em setembro, as coalizões de centro-esquerda e centro-direita não conseguiram a maioria nas eleições ao Parlamento. Os partidos de extrema direita, que se levantaram de forma rápida, poderão desempenhar o papel de “equilíbrio” na futura formação do Gabinete. Isso aumenta a possibilidade da política do país virar à direita.

A Suécia foi considerada uma “utopia” de bem-estar, segurança, inclusão e abertura. No entanto, nos últimos anos, muitas notícias negativas relativas ao país saíram na mídia internacional. Tiroteio, turbulência, violência, conflito de bandos e discriminação racial aconteceram frequentemente e foram classificados como um exemplo negativo pelo ex-secretário-geral do OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e primeiro-ministro da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen. Tudo isso influenciou a direção da política sueca.

Junto com o impacto da ideologia de extrema direita, piorou a segurança da sociedade do país. No dia 7 de abril de 2017, um caminhão sequestrado acelerou contra uma multidão no centro de Estocolmo, deixando quatro mortos e 15 feridos. O incidente chocou toda a Europa. Após o acontecimento, o governo sueco adotou uma série de medidas de segurança. Porém, não se vê melhora evidente na ordem social. Na noite do dia 13 de agosto deste ano, mais de cem carros em Gotemburgo, segunda maior cidade do país, foram destruídos ou queimados por jovens locais vestidos de casaco preto com capuz. Além disso, tiroteios provocados por conflitos entre gangues ocorreram frequentemente. De acordo com dados da polícia sueca, houve 320 tiroteios no país ao longo de 2017. Para vigiar estreitamente as atividades da máfia e os crimes relativos às drogas, as autoridades instalaram, em toda a Suécia, 23 “zonas de baixa segurança”, ou a chamada “NO-GO ZONE”.

Atribuir a piora da segurança sueca nos últimos anos ao problema de refugiados revela apenas uma vertente da questão. Segundo as estatísticas do Conselho Nacional da Suécia para a Prevenção de Crimes, a criminalidade do país apresenta uma tendência clara de aumento após o desencadear da crise de refugiados na Europa. Desde 2012, o país, de aproximadamente 10 milhões de pessoas, acolheu 400 mil refugiados, maior número entre as nações da Europa Setentrional. Contudo, o governo sueco não estava preparado para o afluxo dos refugiados dentro de um período curto. Casos relativos aos refugiados aumentaram de forma radical, enquanto eles próprios se tornaram alvos de ataque da população local.

Em uma análise mais profunda, pode-se ver que, desde do início da crise de débito europeia, em 2009, a economia da Suécia foi impactada de maneira grave. O crescimento econômico abrandou, a taxa de desemprego subiu e o modelo de “bem-estar e alta receita fiscal” oscilou, fazendo com que a insatisfação social se acumulasse. Isso criou oportunidade para o crescimento do populismo sueco. Soma-se a isso a onda de refugiados que levou choque cultural e problemas de ordem social. As contradições sociais do país explodiram em um momento e a sociedade entrou em um círculo vicioso. Isto é, a crise econômica e a questão dos refugiados estimulam a ideologia populista e de estrema direita e, vice-versa, o crescimento da estrema direita aprofunda os problemas sociais e aumenta a fissura da sociedade. Os refugiados foram empurrados até a margem da sociedade e isso pode provocar o extremismo. No final, a coalizão de centro-esquerda, que está no poder ao longo dos anos, perdeu uma parte de apoio de seus eleitores. Hoje, o equilíbrio na política sueca entre o centro-esquerda e o centro-direita, assim como o levantamento da extrema direita, é um resultado disso.

Tradução: Joaquina Hou

Revisão: Diego Goulart

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