Cooperações entre a China e os países africanos de Língua Portuguesa estimulam o desenvolvimento local
A grande família africana conta com cinco países que falam português. Conhecidos como PALOP, ou Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, eles são: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. Dentre os países do PALOP, Angola é a terceira maior economia na África Subsaariana e o principal destino de investimento direto no continente. Moçambique, por sua vez, se classifica como uma das nações africanas com maior tamanho e população. Nos últimos anos, a China tem aprofundado sua cooperação econômica e comercial com esses países. Na verdade, o PALOP constitui uma força indispensável na promoção do intercâmbio amistoso China-África, assim como no avanço regional. Além disso, estes países são parte importante no intercâmbio entre a China e todos os países de Língua Portuguesa.
A Cúpula de Beijing do Fórum de Cooperação China-África foi inaugurada nesta segunda-feira (3). Nos últimos dias, repórteres da CRI entrevistaram a especialista sênior do Fundo de Desenvolvimento China-África e gerente geral do Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa, Jin Guangze. A finalidade foi compreender melhor a atual situação de intercâmbio econômico e comercial entre o país oriental e o PALOP, além das cooperações e investimento mútuo. Jin Guangze afirmou que o comércio bilateral cresceu em alta velocidade no ano passado.
“Segundo estatísticas da alfândega chinesa, as importações e exportações entre a China e os cinco países africanos de Língua Portuguesa atingiram o valor de 24,5 bilhões de dólares em 2017, um aumento de 40% na comparação anual. Deste valor, as importações chinesas dos países africanos superaram os 20,6 bilhões de dólares, enquanto as exportações registraram 3,9 bilhões de dólares. A energia, indústria leve, agricultura e pesca são as principais áreas do comércio.”
Após ser anunciado na 3ª Conferência de Ministros do Fórum para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau), em 2010, o Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa foi estabelecido em junho de 2013. O órgão visa guiar e apoiar o investimento, financiamento e as colaborações entre empresas dos dois lados. O fundo está financiado pelo Banco de Desenvolvimento da China e pelo Fundo de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Macau, sendo administrado pelo Fundo de Desenvolvimento China-África. Trata-se do primeiro fundo chinês de investimento em ações que tem a língua como seu elo.
No momento, o Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa combina as vantagens das empresas chinesas e a demanda por desenvolvimento do PALOP, e está investindo em projetos de modernização agrícola, materiais de contrução e energias limpas em Angola e Moçambique. Desta maneira, o fundo contribui para aumentar a taxa de emprego e atualizar as indústrias locais. O Parque Agrícola Wanbao, em Moçambique, nos apresenta um exemplo. Segundo Jin Guangze, trata-se de um programa agrícola integral desde a plantação, até o processamento e a venda.
“Moçambique possui ricos recursos de terra arável. Contudo, o país depende muito das importações de alimentos porque sua tecnologia agrícola encontra-se defasada há muitos anos. Introduzimos no país equipes chinesas experientes em plantação e estas assinaram protocolos de colaboração com os agricultores locais. Assim, os moçambicanos aprendem de graça como operar a maquinaria agrícola e aprendem as tecnologias de plantação.”
Tradução: Joaquina Hou
Revisão: Layanna Azevedo