Comentário: os Estados Unidos ainda são um parceiro confiável?

Published: 2018-08-13 16:56:01
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Comentário: os Estados Unidos ainda são um parceiro confiável?

A lira, moeda da Turquia, está sofrendo uma forte desvalorização. Nesse cenário, o presidente norte-americano, Donald Trump, declarou no dia 10, no Twitter, que as tarifas sobre produtos de aço e alumínio importados da Turquia iriam dobrar. Ou seja, as taxas tarifárias subiram para 50% e 20%, respectivamente. Mesmo que o mundo todo saiba que Turquia é um aliado dos Estados Unidos, Washington botou sal na ferida do amigo. Daí, a pergunta inevitável: os Estados Unidos ainda são um amigo confiável?

No ano passado, na Cúpula do G7, a chanceler alemã, Angela Merkel, mostrou-se decepcionada com os EUA. Ela afirmou que o tempo em que podíamos confiar totalmente em outros parceiros já havia passado e que os europeus deveriam conduzir o destino do continente com suas próprias mãos.

Atualmente, o princípio da diplomacia norte-americana é “os Estados Unidos em primeiro lugar”. Este princípio faz com que os EUA abandonem as responsabilidades e, portanto, a credibilidade. A Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês) é um resultado de negociações de muitos anos envolvendo 12 países. Mas Trump declarou a saída do acordo já no quarto dia de seu mandato.

O Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas foi também abandonado pelos EUA, um dos maiores emissores de dióxido de carbono do mundo.

Em julho de 2015, a Alemanha e os cinco países membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, China, Rússia, EUA, França e Reino Unido, chegaram ao Acordo Completo da Questão Nuclear do Irã. Porém, o governo de Trump o aboliu três meses atrás.

Além disso, desde o ano passado, os EUA se retiraram da UNESCO, do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas e de outras organizações internacionais.

Os EUA deixaram de ser um país confiável aos olhos da comunidade internacional, uma vez que têm abandonado com frequência seus compromissos, ao mesmo tempo em que se recusam a assumir responsabilidades.

Em relação à guerra comercial, a Turquia não é o único país afetado pelas altas tarifas dos EUA. Em maio deste ano, a China e os EUA chegaram a um acordo para suspender a guerra comercial. No entanto, dias depois, Washington declarou o aumento de tarifas aos produtos importados da China.

Os EUA têm ignorado o sistema multilateral de comércio liderado pela Organização Mundial do Comércio e aplicado o unilateralismo para cobrar tarifas extras de parceiros comerciais conforme suas leis internas. A prática chegou ao ponto em que aliados dos EUA, como União Europeia, México, Índia e Canadá, entre outros, se tornaram vítimas das políticas comerciais norte-americanas.

Além da economia e diplomacia, os EUA procuram a segurança absoluta. Isso significa que os norte-americanos não levam em consideração a segurança de outros. O orçamento militar para 2019 dos EUA atingiu US$717 bilhões, sendo o maior do mundo e igualando a soma de mais de dez países atrás dele. O vice-presidente norte-americano, Mike Pence, pediu recentemente ao Congresso para investir mais US$8 bilhões com o fim de estabelecer um exército espacial. A conduta dos EUA está provocando uma corrida armamentista no mundo.

No Oriente Médio, a gente diz que é muito perigoso ser o inimigo dos EUA, mas é mais perigoso ser o amigo dos EUA.

Uma pesquisa realizada em maio deste ano na Alemanha mostrou que 82% dos alemães não acham que os EUA são um parceiro confiável. Até que 36% dos alemães considerem que os russos são mais confiáveis.

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