Especialistas: abastecimento de soja da China está garantido
Os Estados Unidos são o segundo maior exportador de soja do mundo, enquanto a China é o maior destino internacional do grão. A guerra comercial lançada pelos EUA, com a maior escala na história da economia mundial, trará um grande impacto sobre o modelo comercial de soja global.
Especialistas da indústria de grão e óleo e empresários da China manifestaram que a soja americana perderá a competitividade na China depois de os EUA adicionarem tarifas sobre produtos chineses. Enfrentando uma eventual carência, o mercado chinês pode ser compensado por outros países e regiões.
Entre 2017 e 2018, a exportação da soja dos EUA representa 37% do volume total no mundo, enquanto a importação da soja pela China ocupa quase 60%. O economista de alto nível do Centro Nacional de Informação sobre Grãos e Óleo da China, Wang Liaowei, afirma que a adição de tarifas irá aumentar o custo de importação da soja norte-americana pela China. Ao mesmo tempo, o preço da soja dos EUA perderá competitividade na China. Se houver uma grande redução de compra pela China, o modelo do comércio global de soja sofrerá profundas mudanças.
“Desde junho, as empresas chinesas começaram a cortar gradualmente a importação da soja dos EUA. De acordo com uma estatística, nas três semanas anteriores ao dia 28 de junho, a China não aumentou a compra de soja dos EUA. Pelo contrário, reduziu a compra em 61 toneladas. Caso o preço de soja norte-americana seja mais alto que o do Brasil, sem dúvida, as empresas chinesas não conseguirão importar a soja dos EUA, e comprarão dos países da América do Sul, como o Brasil e a Argentina. Então, haverá uma mudança em toda a logística, e a balança comercial de soja do mundo será reconstruída.”
A China é o maior destino de soja dos EUA. Em 2017, a exportação de soja dos EUA para a China representou um terço de sua produção total. Nos últimos 20 anos, 85% do crescimento do comércio de soja global foi proporcionado pela China.
No futuro, a demanda da China será ainda a principal fonte do crescimento internacional do comércio de soja. Wang Liaowei avalia que a recente preocupação dos EUA com sua perspectiva de exportação já causou uma grande queda no preço do grão no país.
“Até o dia 9 de julho, o preço da soja na Bolsa Mercantil de Chicago caiu cerca de 16%, em comparação com a cotação no fim de maio. Assim, os produtores norte-americanos de soja sofreram uma grande perda.”
A soja importada pela China é usada principalmente para produzir óleo e farelo de soja. O presidente da Corporação COFCO, Yu Xubo, afirma que o óleo de soja e o farelo podem ser substituídos, e que existe um rico abastecimento de outros recursos.
“Agora a COFCO opera em mais de 50 países e regiões, e o volume comercial no exterior ultrapassa 100 milhões de toneladas. Por um lado, reforçamos a instalação no exterior. Também cooperamos estreitamente com comerciantes e processadores da América do Sul, Canadá e região do Mar Negro para que assumam suas vantagens competitivas. Graças a isso, nossa empresa lhes traz mais espaço de mercado, enquanto eles nos oferecem seus recursos e redes de armazenamento. A China aplicou recentemente uma série de políticas, pela qual mais países exportadores de soja tiveram acesso à China, especialmente os países do Sudeste Asiático. Olhando para a futura política fiscal, o mercado interno terá um grande espaço de regulação. Portanto, o abastecimento poderá ser garantido com tranquilidade.”