Economista afirma que reações positivas da China atenuam crise comercial mundial

Fonte: CRI Published: 2018-03-29 19:07:35
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Nos últimos dias, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, promulgou uma série de políticas protecionistas. Após anunciar tarifas pesadas sobre o aço e alumínio importados, Trump planeja tributar uma vasta gama de mercadorias chinesas. No momento, todos os círculos da comunidade internacional estão preocupados com o desencadeamento de uma guerra comercial entre os dois países. O economista brasileiro, Armando Pinheiro, afirmou nesta terça-feira (27) que a China reagiu positivamente nesta crise comercial, defendendo o sistema mundial de livre comércio e as regras internacionais.

Armando Pinheiro é professor catedrático do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação de Getúlio Vargas, e possui pesquisa em economia mundial. Na opinião de Pinheiro, a política comercial dos EUA contra a China se assemelha às destinadas ao Japão na década de 1980. Todo o mundo testemunhou os êxitos econômicos da China, e os Estados Unidos ficaram aflitos com a ascensão chinesa. Porém, a guerra comercial não é uma opção ideal neste contexto. Pinheiro prevê que os consumidores norte-americanos serão os primeiros impactados pelas fricções comerciais.

“O livre comércio é sempre melhor para o consumidor. Você vê, por exemplo, que nos Estados Unidos há uma reação muito grande das empresas que importam aço. Quem vai pagar a maior parte da conta das tarifas contra aço são os consumidores americanos, com preços mais altos. Cervejas em lata, por exemplo. E as barreiras comerciais são sempre muito ruins. São os consumidores que pagam, no final do dia, por tarifas sobre importações. ”

Tendo em consideração as reações chinesas contra as medidas protecionistas de Trump, Pinheiro afirmou que a China tem emitido sinais positivos, evitando a agravação da crise.

“Eu acho que a reação da China tem sido, já mostrou isso no sentido de evitar, exatamente, uma escalada das restrições comerciais, evitar uma guerra comercial. Eu acho que é do interesse da China e também dos Estados Unidos que esse processo não escale. A China reagiu, mas de forma comedida. Você vai ver mais discussões sobre aberturas de mercado. Você vai ver mais discussões sobre regulações do sistema financeiro. Você vai ver mais discussões sobre proteção à propriedade intelectual. As coisas que não estavam na agenda alguns anos atrás.”

Pinheiro reiterou que ninguém se mantém intacto em uma guerra comercial. A defesa do sistema comercial internacional e suas regras devem ser o consenso dos demais países.

“Para isso, a guerra comercial entre Estados Unidos e China não pode escalar e nem pode ser uma coisa bilateral. Eu acho que a coisa mais importante nessa disputa é se preservar o livre comércio estabelecido em torno de organizações, como a Organização Mundial de Comércio, o multilateralismo, regras que são feitas para todo o mundo. Pior coisa que vai afetar o Brasil é se você, por conta dessa disputa, acaba afetando esse sistema multilateral da Organização Mundial do Comércio, e assim por diante.”

Tradução: Joaquina Hou

Revisão: Layanna Azevedo

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