Para acadêmico brasileiro, Estados Unidos se prejudicam com guerra comercial

Fonte: CRI Published: 2018-03-26 19:26:14
Share
Share this with Close
Messenger Messenger Pinterest LinkedIn

O presidente norte-americano, Donald Trump, assinou na última quinta-feira (22) um memorando presidencial anunciando tarifas contra uma grande gama de mercadorias chinesas. Além disso, o país impôs várias restrições ao investimento, fusões e aquisições de empresas chinesas. O professor brasileiro da Universidade de Tecnologia de Guangdong e também vice-secretário-geral da Sociedade das Economias Emergentes de Guangdong, Marcos de Paiva Vieira, afirmou que as ações norte-americanas prejudicarão não apenas as relações comerciais com a China, mas também influenciarão o desenvolvimento econômico do seu próprio país.

Segundo Vieira, as empresas no mundo todo são altamente interdependentes. As empresas serão influenciadas caso a cadeia de suprimentos seja interrompida ou surjam problemas na produção. Tal fato causará alta nos custos de produção. Portanto, uma guerra comercial traz danos para todos os lados. O acadêmico frisou que o aumento das tarifas dos Estados Unidos impactará a economia do próprio país.

“Se ele quiser guerra tarifária, vai trazer certamente aumento nos preços internos. A inflação americana já começa a crescer. Ela está 2,2% a cima da meta do Federal Bank, que é de 2%. Vai haver – já está havendo - uma diminuição na produtividade do trabalho. Então isto vai criar dificuldade para a criação de emprego, que vem crescendo, mas vai ter problema.”

O vice-ministro do Comércio da China, Wang Shouwen, afirmou no domingo (25) que guerras comerciais terminam sem vencedores. Segundo o ministro, a China não pretende iniciar uma guerra comercial com os Estados Unidos ou qualquer outro país. Porém, o país asiático adotou medidas para defender seus próprios interesses, pois foram prejudicados. Para Vieira, é pequena a possibilidade de uma guerra comercial entre os dois países. Na opinião dele, os Estados Unidos não se arriscarão a serem inimigos da China, especialmente na área comercial.

“O Trump é uma pessoa muito diferente. Ele tem uma cabeça de homens de negócio. Ele não é só um político. Ele fala uma coisa só para testar o outro lado, para tentar conseguir um preço melhor, para fazer um custo mais baixo. É como você negociar, fazer uma compra. Ele quer mais vantagem. Depois ele volta para, muito claramente, como foi a questão dos impostos, não é, do alumínio e do aço. Ele já voltou atrás na questão do Brasil, Austrália, Canadá, México e Coreia do Sul.”

Vieira afirmou que o unilateralismo e o protecionismo promovidos por Trump são contrários ao desenvolvimento da nossa era, e a globalização já é uma tendência inevitável. O professor considera a iniciativa “Cinturão e Rota” proposta pela China como um bom exemplo neste sentido.

“O modelo americano é o contrário do modelo da China. A China tem um modelo de desenvolvimento e de investimento estrangeiro que é um desenvolvimento construtivo de cooperação, melhoria para todos. É o que a China adota na America Latina, na África e agora com essa questão do ‘Belt and Road’ Initiative, a Iniciativa do Cinturão e Rota. Eu acho que aí vai prevalecer muito o multilateralismo da China e não esse unilateralismo. Não há como os Estados Unidos suportar ficar fora desse movimento que vai ser um movimento mundial.”

Tradução: Joaquina Hou

Revisão: Layanna Azevedo

Share

Mais Populares

Galeria de Fotos

Artesanatos decorados com fios de ouro de 0,2mm
Artesão de Hainan produz instrumento musical com cocos
Artista polonês constrói uma casa em formato de chaleira
Escola primária em Changxing comemora o Dia Mundial da Terra
Vamos proteger a Terra com ações práticas
Terras abandonadas são transformadas em parque de chá em Yingshan na província de Sichuan

Notícias

Dia Internacional da Língua Chinesa é celebrado em São Tomé e Príncipe
Investimento estrangeiro na China mantém crescimento no primeiro trimestre em 2022
Explosões no Afeganistão deixam pelo menos 34 mortos e 102 feridos
China faz importantes contribuições para transformação digital, diz ex-ministro brasileiro
Como a China mantém a autossuficiência diante do salto internacional dos preços dos alimentos?
Começa o Carnaval de 2022 no Rio de Janeiro