Embaixador português na China afirma que país é gigante na inovação tecnológica

As “Duas Sessões” estão sendo realizadas em Beijing nos últimos dias. O embaixador português na China, José Augusto Duarte, foi convidado para a cerimônia de abertura da Primeira sessão da 13ª Assembleia Popular Nacional, na segunda-feira (5). Em uma entrevista recente à Rádio Internacional da China, o embaixador reconheceu que a China é um gigante na inovação tecnológica, e que as relações sino-portuguesas entram em uma nova era.

José Augusto Duarte assumiu seu cargo no final de 2017. Embora não esteja na China há muito tempo, ele está familiarizado com o desenvolvimento socioeconômico do país e enalteceu a vida dos chineses, beneficiada pela inovação tecnológica. 

“A China é neste momento uma grande potência mundial, na inovação tecnológica. Nas novas tecnologias, que fazem às vezes coisas muito simples, são simultaneamente muito sofisticadas. Por exemplo, as bicicletas, o aluguel de bicicletas e o pagamento eletrônico por telemóvel. Aqui, em Beijing, é uma coisa banal, comum. Mas nós não nos apercebemos que não é assim no resto mundo. E, portanto, é uma forma de pagamento eficiente e rápida, que motiva a mobilidade das pessoas utilizando um meio de transporte que é completamente amigo do meio ambiente.”

O embaixador mencionou o trem-bala da China, outro símbolo da inovação tecnológica do país. Para ele, várias inovações chinesas contribuíram para o mundo. A China se tornou a segunda maior economia mundial atualmente, a contribuição da China à economia mundial também é impressionante.

“O crescimento da economia chinesa faz com que de um contributo direto para a economia mundial. O investimento que a China está a fazer, o que as empresas privadas estatais chinesas fazem numa série de outros países para o mundo fora, nomeadamente em Portugal, tem um grande impacto nessa mesma economia.” 

O embaixador acredita que as relações sino-portuguesas entraram em uma época melhor. O nível de consumo dos chineses se elevou, e eles visam consumir os produtos de melhor qualidade. Portugal possui imensos produtos de boa qualidade, como sapatos e vinhos, porém,  não se encontram ainda no mercado chinês. Ele espera que, no futuro, mais produtos portugueses possam entrar neste mercado.

“Eu acho que os portugueses têm que ser mais agressivos, menos contemplativos e mais ambiciosos, para chegar a este mercado. E temos de interagir mais com os nossos amigos chineses para divulgar os nossos produtos. Por outro lado, nós também temos que ter mais acordos bilaterais com a China, que permitam uma exportação de produtos de alta qualidade, que neste momento não são permitidos.” 

Além da economia, o embaixador está interessado em promover seu país em várias áreas, tais como o futebol. Ele gostaria de ver, em breve, mais jovens chineses aprendendo o contexto futebolístico português e mais técnicos portugueses trabalhando na China. Segundo o embaixador, o socialismo com características chinesas entrou em uma nova era, e para as relações sino-portuguesas, uma nova era também está sendo iniciada.

“Portugal foi afetado diretamente por essa nova era de forma muito positiva. A partir de 2011, a China passou a ser um dos maiores investidores em Portugal. Ao investir em Portugal, apostar na nossa economia, na estabilização de determinadas empresas, na criação de emprego, na manutenção de postos de trabalho. Contribui para o desenvolvimento econômico do meu país, contribui para a estabilidade social e, portanto, é um impacto direto na minha economia e na minha sociedade.”