Reflorestamento traz benefício à população da vila Wuqi

A vila Wuqi, situada na província de Shaanxi, foi o ponto de chegada da Grande Marcha do Exército Vermelho da China. No entanto, ele foi também um dos locais com maior erosão do solo, com a área chegando a 90%. Nas palavras de Liu Guangxian, diretor da delegação de bairro residencial, o local era dominado por areias nos dias de sol e enchentes nos dias de chuva. Há 20 anos, o governo começou a aplicar o reflorestamento em Wuqi, mudando completamente a paisagem da vila, o que é justificado nos dados enumerados por Liu Guangxian. 

“No início do trabalho de reflorestamento, a precipitação foi 478 milímetros, agora o número subiu para 582 milímetros. A perda de solo diminuiu de 15,3 mil toneladas para 5 mil toneladas. No passado, a cobertura florestal era de apenas 19,25%, a cifra subiu agora para 72,8%.” 

Em 1998, a vila Wuqi foi uma das primeiras do país a apostar no reflorestamento. No entanto, a política de bloqueio da floresta e a proibição de pastorícia encontrou resistência dos aldeões, que criam ovelhas seguindo a tradição herdada de centenas de anos, disse o diretor do Gabinete para Reflorestamento da vila Wuqi, Liu Shengliang. 

“No passado, a população de ovelhas no local era enorme, com cerca de 500 mil cabeças. A política de proibição de pastorícia gerou insatisfação aos pastores, que não queriam criar o gado em pátio cercado. Para fugir da supervisão, eles até pastoreavam as ovelhas quando anoiteciam.” 

Para resolver o problema, o governo local introduziu um novo tipo de ovelha adaptável à criação de forma cercada. Além disso, os pastores que participaram do reflorestamento podiam receber 160 yuans para cada mu (medida equivalente a 667 metros quadrados). Até janeiro deste ano, a área de reflorestamento atingiu cerca de 16 hectares, com o fundo de subsídio chegando a 1,9 bilhão de yuans. O projeto de reflorestamento aliviou a perda de solo, a ocorrência de enchente e promoveu, ao mesmo tempo, a melhoria de estrutura econômica do local. As indústrias de pecuárias e silvicultura foram desenvolvidas na vila Wuqi, disse Liu Guangxian. 

“Plantamos árvores frutíferas, como pêssego, damasco e espinheiro mar. A partir de 2015, começamos a plantar maçã, nas terras montanhosas. Também desenvolvemos a tecnologia de estufa nos locais apropriados. Aumentamos o rendimento dos aldeões por meio do desenvolvimento industrial, formação do pessoal e exportação de mão-de-obra.” 

Em 2016, a renda per capita dos camponeses da vila Wuqi chegou a 12 mil yuans, em comparação com apenas 887 yuans, registrados em 1997. O projeto de reflorestamento mudou também o pensamento das pessoas. Cao Yangtai, de 59 anos, é um dos exemplos. 

“A plantação de maçã, pêssego e damasco gera mais dinheiro. Depois de cinco ou seis anos, cada mu (medida equivalente a 667 metros quadrados) terá um faturamento de cinco ou seis mil yuans. Enquanto a plantação de cereais gera apenas umas centenas de yuans.”