BRICS responde por 17% dos investimentos globais em P&D
Os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) formam o principal grupo que lidera a inovação científica e tecnológica dos mercados emergentes. As cinco nações constituem também numa importante força na inovação mundial. É o que consta no relatório divulgado hoje (29) pelo Centro do Intercâmbio de Ciência e Tecnologia da China (CSTEC, na sigla em inglês). De acordo com o documento, o BRICS responde por cerca de 17% dos investimentos globais em pesquisa e desenvolvimento, com uma crescente contribuição no mundo de ciência e tecnologia.
O relatório, intitulado Competitividade na Inovação dos Países do BRICS (2017), compilado por cerca de 40 acadêmicos e especialistas de think tanks chineses e internacionais, cita um grande número de dados quanto ao desempenho dos países do BRICS na inovação científica e tecnológica. Segundo o documento, o valor da exportação de altas tecnologias pelos BRICS atinge quase US$ 6 trilhões, ocupando cerca de 28% da totalidade global.
O relatório apresenta, também, um ranking sobre a competitividade dos cinco países na inovação. Em 2016, a China liderou o ranking, seguido pela Rússia, África do Sul, Brasil e Índia. O documento indica que houve uma ascensão geral da competitividade do BRICS na inovação, entre 2001 e 2016. A China e a Rússia tiveram nesse período o melhor desempenho em relação à criatividade. O vice-diretor do CSTEC, Zhao Xinli, prevê uma elevação contínua da competitividade do BRICS na inovação.
“Até 2030, os cinco países crescerão constantemente quanto sua capacidade de inovação. A China vai liderar essa corrida. Em 2030, o país asiático pode entrar nos primeiros três lugares do ranking mundial.”
Atualmente, a China coopera com os outros quatro países do BRICS principalmente nos projetos internacionais, construção de bases de inovação e troca de recursos humanos na área científica e tecnológica. Estatísticas mostram que, de 2007 a 2015, o governo chinês financiou 665 projetos de inovação científica e tecnológica entre a China e outros países membros do BRICS, com um investimento total de 2,73 bilhões de yuans. O país construiu 190 bases para a cooperação científica e tecnológica com os países do BRICS. Aos olhos de Zhao Xinli, essas colaborações surtiram efeitos.
“A Universidade de Geologia da China trabalhou em conjunto com a Índia no tratamento de águas subterrâneas, em Bengala Ocidental. O projeto já tem uma história de uma década e ajudou muito no alívio da poluição da água.”
O relatório sugere que os países do BRICS reforcem as coordenações, ampliem as cooperações, intensifiquem os intercâmbios dos recursos humanos, construam plataformas para a transferência tecnológica e conectem suas estratégias de desenvolvimento.