Comentário: China apoia resolução da questão via negociações entre Rússia e Ucrânia
O presidente chinês, Xi Jinping, frisou nesta sexta-feira (25) que a China decide sua posição sobre a questão da Ucrânia com base no que é certo ou é errado, assim como que é preciso desistir do pensamento de Guerra Fria, respeitar as preocupações razoáveis com a segurança de todos os países e formar um mecanismo equilibrado, efetivo e sustentável de segurança europeia através de negociações.
O líder chinês fez as afirmações durante uma conversa por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin. Na ocasião, Xi Jinping disse que a China apoia Rússia e Ucrânia a resolverem os conflitos via conversações. Putin assinalou querer realizar negociações de alto nível com a Ucrânia.
Durante uma conversa telefônica com o presidente francês, Emmanuel Macron, realizada anteriormente, Xi Jinping destacou que as partes envolvidas devem persistir na direção geral da abordagem política, aproveitar plenamente as plataformas multilaterais, incluindo o mecanismo de Normandia, para procurar uma solução completa da questão da Ucrânia.
No dia 24, a parte russa afirmou que se a Ucrânia estiver disposta a realizar negociações sobre sua posição neutra e a não instalação de armas dentro do território, a Rússia conversará com o país vizinho. Mais cedo no mesmo dia, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, havia dito não ter medo de negociar com a Rússia. “Estamos dispostos a falar sobre todas as questões”, disse.
As afirmações demonstram que a porta para uma resolução política da questão da Ucrânia ainda está aberta. As confrontações não solucionarão os problemas e o diálogo é a escolha racional para lidar com a crise.
Ao expressar sua vontade de dialogar com a Rússia, o presidente ucraniano também mostrou sua decepção com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Ele disse que havia perguntado a líderes de 27 países europeus se a Ucrânia poderia aderir à OTAN, mas ele não conseguiu nenhuma resposta. “O Ocidente já desistiu totalmente da Ucrânia”, afirmou Zelensky.
De fato, a OTAN, com os EUA como líder, tem uma responsabilidade inalienável pela situação atual da questão da Ucrânia. Após o fim da Guerra Fria, a OTAN promoveu cinco expansões para o leste. Essa foi a razão profunda da contínua intensificação da tensão da Rússia com os EUA e a organização.
Desde 2014, os EUA proporcionaram bilhões de dólares em assistência militar à Ucrânia. A OTAN e a Ucrânia mantiveram muitos exercícios militares de grande escala. Tudo isso deu à Ucrânia uma “ilusão” de poder obter “abrigo” com os EUA e a OTAN.
Para os EUA, é satisfatório para o governo do país ver que a Rússia e a Ucrânia entraram em guerra, já que a situação lhe ofereceu o motivo para lançar sanções mais rigorosas contra a Rússia, enquanto os grupos da indústria militar norte-americanos poderiam ganhar lucros consideráveis com os conflitos armados entre Rússia e Ucrânia.
Do seu engano em relação à Ucrânia até a retirada inesperada das tropas do Afeganistão, o comportamento norte-americano revelou a essência hegemônica da “América Em Primeiro Lugar”. Aqueles que pretendem procurar abrigo dos EUA devem pensar se o país norte-americano é confiável.
A comunidade internacional espera contenção e racionalidade da Rússia e Ucrânia para solucionar os problemas por meios pacíficos. A posição chinesa de respeito à soberania e integridade territorial de todos os países e observação das normas e princípios da Carta das Nações Unidas é coerente. A China continuará incentivando, da própria forma, a paz e as negociações para promover a resolução política da questão da Ucrânia.
Tradução: Paula Chen
Revisão: Gabriel Fragoso