Comentário: China não é rival institucional da União Europeia
O Parlamento Europeu aprovou na quarta-feira (15) o relatório sobre a nova estratégia EU-China, no qual exige a elaboração de uma nova estratégica relativa ao país asiático. O documento, por um lado, trata da China como uma “importante parceira”, mas, por outro lado, ataca o país oriental sob o pretexto de “direitos humanos” e o chama de “oponente institucional”.
O porta-voz da missão da China para a União Europeia afirmou nesta quinta-feira (16) que o relatório exagera a diferença ideológica e de valores entre as duas partes, faz comentários inapropriados sobre a política, economia, sociedade e diplomacia da China e busca defeitos do país oriental nas questões de Hong Kong, Xinjiang e Taiwan com base em preconceitos e mentiras. A ação constitui uma interferência brutal nos assuntos internos da China e violou os princípios básicos das relações internacionais, além dos compromissos do bloco.
China e União Europeia são parceiras que têm bem mais interesses comuns do que divergências. Especialmente, desde o começo da pandemia de Covid-19, a cooperação sino-europeia no combate à doença desempenhou um papel crucial para a contenção da pandemia e o tratamento de pacientes em vários países. Pelo 16º mês consecutivo, mais de mil trens de carga China-Europa atravessaram o continente eurasiático por mês, quebrando o bloqueio pandêmico contra a cadeia industrial e de suprimentos. Além disso, o intercâmbio econômico e comercial entre as duas partes está cada vez mais estreito. Segundo as estatísticas divulgadas pelo Eurostat no dia 8 de setembro, desde o segundo trimestre de 2020, a China ultrapassou os Estados Unidos e se tornou a maior parceira da União Europeia em comércio de bens.
A China não é um “rival institucional” da EU, mas sim uma parceira importante. Não favorecerá em nada os laços bilaterais caso a União Europeia ignore os consensos e interesses comuns entre as duas partes, persista com preconceitos ideológicos e com uma mentalidade estreita da geopolítica, exagere o conflito e a concorrência ou até interfira nos assuntos internos da China.
Tradução: Joaquina Hou
Revisão: Diego Goulart